O Brasil volta às urnas neste domingo, com 156 milhões de eleitores aptos a votar. Como ocorre desde 2000, todos deverão digitar os números dos candidatos. Nem sempre foi assim. Lembra da última vez que precisou usar uma caneta para preencher a cédula? Grande parte do eleitorado atual nunca votou no papel.
Curiosamente, até 1950, as cédulas eleitorais eram impressas e distribuídas pelos próprios candidatos. No pedaço de papel, só constavam o nome do candidato e o cargo em disputa. O presidente Juscelino Kubitschek foi o primeiro eleito com o novo sistema.
Na cédula oficial, passaram a vir os nomes de candidatos a presidente da República, governador, senador e prefeito. O eleitor só precisava assinalar a escolha. No caso de deputado estadual, deputado federal e vereador, ficava um espaço para ser preenchido com nome ou número do candidato ou partido. Cada um escrevia a sua escolha. Muito voto foi anulado por erro ou intencionalmente. O macaco Tião, no Rio de Janeiro, e o rinoceronte Cacareco, em São Paulo, receberam milhares de votos em protesto do eleitorado.
Brasil teve urna de madeira, metal e lona. A apuração dos votos era muito demorada, com frequentes acusações de fraudes ou erros. Com recadastramento de todos os eleitores do Brasil, a Justiça Eleitoral começou o processo de informatização na década de 1980. Os registros, anteriormente, eram feitos de forma independente pelos tribunais regionais. Em 1994, os votos foram apurados manualmente, mas com os dados digitados e totalizados por computadores.
A urna eletrônica chegou como novidade na eleição de 1996, em votação para prefeitos e vereadores. Os brasileiros digitaram pela primeira vez para escolher candidatos em todas as capitais e municípios com mais de 200 mil eleitores. Nessas 57 cidades, estavam 33% do eleitorado do país.
O voto eletrônico foi estendido aos municípios com mais de 40 mil eleitores nas eleições de 1998, e chegou a todos os cantos do Brasil no ano 2000. O eleitor não precisou mais esperar dias para saber quem estava eleito. Em alguns municípios, o resultado saiu em menos de uma hora. Desde o início, em 1996, o sistema mostrou-se seguro, sem nenhum registro de fraude.
Este anos, mais uma vez, o brasileiro ouvirá o tradicional barulho da conclusão dos votos na urna eletrônica.
Colabore com sugestões sobre curiosidades históricas, imagens, livros e pesquisas pelo e-mail da coluna (leandro.staudt@rdgaucha.com.br)