Um objeto simples, pequeno e barato pode ser muito útil nas nossas vidas. Nem sempre percebemos, é verdade. Fico imaginando quantas vezes teria ficado trancado no lado de fora de casa se não fosse o chaveiro. Não falo do profissional do ramo das chaves, mas do objeto. Sem ele preso a uma ou mais chaves, seria um desastre. As chaves ficariam perdidas em bolsas, bolsos, gavetas, etc. Seriam mais esquecidas do que canetas e guarda-chuvas.
Lembro de uma coleção do meu pai, que reuniu muitos chaveiros nas décadas de 1970 e 1980. Lojas, mecânicas, revendas de carro e indústrias. Que baita estratégia de marketing. Todos os dias vemos o nome da empresa ou do produto. Eu sei que empresas ainda oferecem chaveirinhos aos clientes, mas já foi mais comum, quase obrigatório. Uma alegria para colecionadores, que saíam arrecadando os brindes no comércio.
O chaveiro diz muito sobre a personalidade de quem o carrega. Se for à uma igreja católica, muitos dos fiéis estarão carregando as chaves com imagens de santos. Na paróquia de Santo Antônio do Partenon, recordo de o Frei Turra fazer a benção das chaves, que representam as casas dos devotos.
Uns preferem chaveiros grandões, que nem cabem no bolso da calça. Outros querem carregar algo que lembre da banda favorita. Crianças adoram personagens dos desenhos animados. Em viagens, é comum trazer uma recordação do local visitado. A Torre Eiffel vai de um lado para o outro em muitas bolsas daqueles que passaram por Paris.
Um primo carregava um pé de coelho, imaginando que traria sorte. Eu, um guri, ficava meio assustado. Coitado do coelhinho. Outros preverem uma caveira. Um clássico é dos times de futebol. O clube do coração está sempre junto.
Eu estava curioso para saber quanto custam os chaveiros antigos. O dono da loja Casa do Cacaredo, Ricieri Cunha, tem mais de três mil chaveiros à venda. Me contou que custam entre R$ 5 e R$ 70. Os mais valorizados são aqueles de carros antigos. Em alguns casos, é a cereja do bolo depois da reforma de um veículo. O caçador de relíquias relata que existem colecionadores segmentados, que só querem, por exemplo, de bebidas, carros ou futebol. Ele acredita que a década de 1970 foi o auge dos chaveiros.
Na internet, os preços oscilam muito, levando em conta vários fatores. A maioria custa menos de R$ 100. Muitos colecionadores vendem lotes. Se for raro, o preço vai depender do apetite e do bolso do comprador.
Eu entendo que um bom chaveiro precisa do prendedor. Por segurança, ele é fixado na parte superior do bolso da calça. Não tem risco de perder e ficar no lado de fora da casa. Qual o teu chaveiro? O meu é um abridor de garrafas. Me salvou algumas vezes.
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