É impossível esquecer do barulho das mobiletes cruzando as ruas das cidades gaúchas. Até a década de 1990, elas eram muito comuns, um símbolo de status social para os jovens. Com o ruído, sabíamos antecipadamente que estava chegando um amigo. Sem capacete e de pés descalços, muitos adolescentes iam de um lado para outro nas praias. Era uma época com menos cuidados em relação à segurança no trânsito.
A Mobylette foi lançada em 1975 pela indústria de bicicletas Caloi. A produção era feita em Manaus. Quando chegou ao mercado, concorria com outros ciclomotores, como Maxi-Motovi, Garelli Katia, Eureka e Ciao. Com o tempo, a força da marca Mobyllete virou sinônimo para o produto. Os ciclomotores de outras indústrias também eram popularmente chamados de mobilete.
A concorrência era grande com a Garelli, marca italiana produzida no Brasil pela Ibramoto, de Curitiba. Os ciclomotores eram muito parecidos, com motores de até 50 cilindradas. Muito econômicos, prometiam fazer de 70 a 80 quilômetros por litro de gasolina.
Se nas décadas de 1970, 1980 e 1990 os ciclomotores eram a febre, as bicicletas elétricas estão na moda atualmente. A Caloi colocou os olhos neste mercado. Com o slogan “A lenda voltou”, a indústria relançou a Mobyllete. Ela mescla releituras do quadro do passado, como a parte frontal, com necessidades atuais. Em vez de gasolina, é um veículo elétrico. O modelo é equipado com um motor de cubo de 350W de potência, que pode ser acionado pelo movimento da pedalada ou pelo acelerador integrado ao display. A bateria, instalada debaixo do banco, oferece uma autonomia de até 30 quilômetros.
A Caloi Mobylette tem preço sugerido de R$ 9.199. Em um primeiro momento, é vendida apenas pelo Mercado Livre. No final de março, chegará às lojas de bicicletas no país.
Um alerta importante. Não tem mais o inesquecível barulho. Ela é silenciosa.
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