Os iniciantes deveriam usar roupa de banho branca, os medianos vestiam branco com faixa vermelha e os nadadores muito experientes usavam apenas vermelho. Com as cores, ficava mais fácil controlar a gurizada que se refrescava nas águas do Guaíba, ou Delta do Jacuí, como já explicou o Paulo Germano. A piscina muito fora dos padrões atuais foi construída pela Deutscher Turnverein, atual Sogipa, dentro do Guaíba, em 1885. Com empréstimos e cotas de participação dos sócios, fez um chalé, trapiche e a piscina na Rua Voluntários da Pátria, altura da Rua da Conceição, região da atual rodoviária de Porto Alegre.
A piscina era um tanque, com um fundo regulável. A água invadia a caixa de madeira. Lá dentro, todos ficavam em segurança. De acordo com a altura dos banhistas, o fundo era elevado ou rebaixado. Pelas fotos preservadas, a maior festa era mesmo no trapiche. De uma altura de uns três metros, a criançada podia saltar e mergulhar no Guaíba.
Na época, sem o aterramento, a água chegava até a altura da Rua Voluntários da Pátria. Quem não era sócio do clube poderia comprar ingresso para o Badeanstalt, balneário em alemão. Pelos registros, foram mais de dois mil banhistas em 1906.
O chalé tinha vestiários. As regras sobre as cores das roupas de banho foram adotadas em 1905 para oferecer mais segurança. O fornecimento dos trajes estava incluso no preço do ingresso.
Muitas crianças aprenderam a nadar em aulas no tanque de madeira. O local também era ponto de partida e chegada das competições de natação no Guaíba. A complexo foi destruído em incêndio em 1917. Em três décadas, o balneário foi cercado de novos prédios na expansão industrial da região.
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