Depois de anos com hiperinflação, planos econômicos fracassados e cortes de zeros no dinheiro, a chegada do Real, em julho de 1994, deu poder às moedas. Com poucas, o brasileiro podia sair do mercado com alguns produtos. Sou de uma geração que viveu esta revolução na economia. Antes do Real, lembro dos meus pais fazerem estoques de produtos, comprados em quantidade maior para aproveitar o preço.
Com o novo plano econômico, muitas mercadorias nas prateleiras passaram a custar menos de R$ 1. Recordo que comprava uma lata de refrigerante, uma barra de chocolate grande -antes das reduções de peso das embalagens - e ainda sobrava troco quando pagava com a cédula ou a moeda de R$ 1. Sim, era minha preocupação de consumo na adolescência. Acredito que vocês também recordam de produtos que custavam menos de R$ 1. O salário mínimo no início do Plano Real era R$ 64,79 e foi reajustado para R$ 70 logo em seguida, em setembro.
Em consulta às edições antigas do jornal Pioneiro, localizei propagandas de mercados de Caxias do Sul (veja acima) nos primeiros dias da nova moeda. Voltei no tempo. Os anúncios nos ajudam a relembrar dos preços. O quilo do frango congelado custava R$ 0,99; o pão francês, R$ 0,07; o litro de leite longa vida, R$ 0,63; e a garrafa de 600 ml de cerveja, R$ 0,64.
Com a inflação em 27 anos, as moedas perderam o poder de compra. De acordo com o Banco Central, corrigindo pelo IPCA, R$ 1 de julho de 1994 equivale hoje a R$ 6,93.
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