O senador Paulo Paim (PT-RS) falou ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, nesta sexta-feira (24), sobre as cobranças que tem recebido acerca de uma necessidade maior de estar presente no Rio Grande do Sul. Segundo o parlamentar, por ter uma casa em uma área que não alagou em Canoas, a presença no Rio Grande do Sul seria mais confortável do que o trabalho em Brasília.
— Se eu ficasse aí, seria muito melhor para mim, eu moro ali no basalto, uma área alta ali de Canoas, mas eu pensei duas vezes. Minha família fica, meus filhos ficam, esposa fica, netos ficam, bisneto fica, e eles me ligaram. "Pai, a água está vindo, vai chegar aqui." Eu respondi: "Não vai chegar, não vai chegar. Fiquem aí, não saiam de onde vocês estão, vocês estão até numa área privilegiada". Quem está mal é meus amigos lá da Mathias (Velho), que muitos morreram, filhos morreram. Falei tudo isso para eles, entenderam. São voluntários ali em Canoas, estão trabalhando lá no Guajuviras e ali no Instituto, ali pertinho, mas a maioria ficou no Guajuviras, ao lado dos filhos, trabalhando voluntariamente e tendo o apoio da população — declarou Paim.
O senador afirma que pegou o último voo de Porto Alegre a Brasília, sem especificar a data em que isso aconteceu, e que trabalha na comissão de apoio ao Estado estabelecida pelo Senado.
— O objetivo desta comissão é ações legislativas em prol do Rio Grande do Sul, sugerir projetos, avançar nos projetos, que já estão tramitando na casa, todos na linha de atender o Rio Grande, acompanhar efetivamente o efeito desse projeto e o resultado que ele tem que dar, aprovar propostas que venham do executivo, aprimorar, se for necessário, naturalmente, como eu fiz na questão da dívida.
Apesar disso, o senador reforça que trabalhou como relator para suspender a dívida do Estado.
— Eu fiquei aqui, reunindo, trabalhando e buscando caminhos. Foi por isso que eu fui relator, inclusive da dívida do Estado. Essa lei é de suma importante, na negociação da dívida, nem todos entenderam.
Quando questionado sobre o motivo de não estar presente no estado conhecendo abrigos e atuando diretamente nas reuniões com as autoridades, o Paulo Paim respondeu ter optado por estar no Congresso Nacional trabalhando em prol do Rio Grande do Sul.
— Tem horas que tu tem que optar entre tu ir na beira do rio tirar uma foto e ser filmado, ou ir para dentro do Congresso brigar para que bilhões de reais cheguem no Rio Grande do Sul para salvar vidas. Essa é a opção, alguns preferem outra, e eu respeito. Eu prefiro estar dentro do Congresso trabalhando.
Sobre as emendas parlamentares, o senador afirmou que já autorizou que todas aquelas que ainda não foram pagas sejam enviadas para os municípios do Estado no combate às enchentes e prometeu, ainda, que mandará mais de 100 milhões no próximo ano.
— Nós estamos pedindo aquelas comissões que tem um valor maior, que também destine de imediato para ajudar o nosso querido povo gaúcho — reiterou.
O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) também foi entrevistado no programa.