Na escalada de tensão entre o bilionário Elon Musk e o ministro Alexandre de Moraes, há um personagem importante e que vem há algum tempo dedicando esforços para divulgar a tese de que há um ambiente de censura praticado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Trata-se do deputado federal gaúcho Marcel Van Hattem (Novo), reeleito em 2022 com 256 mil votos. Foi Marcel quem ciceroneou o jornalista americano Michael Shellenberger, responsável por divulgar o que ficou conhecido como "Twitter Files".
Twitter Files, ou "arquivos do Twitter", foi uma espécie de centelha que iniciou o incêndio que estamos vendo sobre o tema nos últimos dias. Trata-se de uma suposta troca de e-mails entres funcionários da rede social em que eles demonstram pressão de autoridades por dados sigilosos de usuários do antigo Twitter (hoje X). A revelação foi feita por Shellenberger e amplamente divulgada por perfis alinhados à direita e/ou extrema direita.
Marcel Van Hattem chegou a fazer lives com Shellenberger em suas redes e se tornou uma espécie de "assessor de imprensa" do jornalista, a fim de reverberar as denúncias apresentadas por ele. O deputado reforça a posição de quem diz que o país está sob "censura" a partir das decisões do Judiciário, em especial do ministro Alexandre de Moraes.
"Sou um dos inúmeros brasileiros mencionados nesses arquivos que foi monitorado ilegalmente pelo Supremo Tribunal Federal. Também fui censurado sem o devido processo legal e fui ameaçado de sofrer uma pesada multa diária se postasse algo que o Tribunal desaprovasse, mas nunca me calei", afirmou o deputado.
No ambiente digital, Van Hattem usou suas redes sociais para amplificar algo que já era uma bandeira sua e acabou sendo repostado pelo próprio Musk. Foi Marcel também quem acompanhou Shellenberger em sua passagem Porto Alegre. O americano esteve na capital gaúcha para palestrar no Fórum da Liberdade. Ao lado de Marcel, visitou pontos como o Parcão e o Cais Embarcadero.
Do Rio Grande do Sul, os dois partiram para Brasília onde seguem levantando a discussão e trabalhando para que seja instalada uma CPI no Congresso, com o objetivo de apurar o que classifica como "excessos do Judiciário".