Quando uma vida é interrompida aos 28 anos, no meio de um trabalho da faculdade, morre também um pouquinho de cada um de nós. A nossa esperança se esvai.
Quando uma guria que lutava e sonhava por um país mais justo tem um fim tão brutal, morre a nossa crença de uma vida melhor. Quando esse sonho tão bonito é atingido por disparo de arma, quando esse sonho sangra até o último suspiro, morre um pouco de cada um de nós.
A Sarah, estudante de arquitetura da UFRGS, estava fazendo uma pesquisa para o trabalho de conclusão do curso sobre uma das regiões da cidade com maior vulnerabilidade, que é uma das mais afetadas quando há enchente, quando há chuva e tormenta. A morte dela deveria fazer com que todo mundo parasse. Prefeito, governador, autoridades, eu, você.
Não poderia, não deveria, jamais, morrer alguém com 28 anos e seguir tudo normal. É como se a sociedade dissesse pra gente que a violência tá aí e que SIM, acostumem-se, vai morrer gente. Vai morrer o teu filho, o teu amigo, o teu pai. E não tem nada que a gente possa fazer.
É triste e, antes de tudo, BRUTAL. É um tiro na nossa esperança. É saber que a Sarah não foi a primeira, não será a última.
E o que nos resta? Não dá nem pra dizer que nos resta acreditar.