O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, falou à Rádio Gaúcha na manhã desta quinta-feira (3) e se disse contrário às manifestações que cerceiem a liberdade de ir e vir dos cidadãos. Desde o último domingo (30), após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgar o resultado das eleições, protestos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro bloqueiam rodovias em diversos pontos do país.
Mourão explicou que o sentimento do seu grupo político é de "frustração", por conta do resultado — vitória de Lula — e também por acreditarem que a participação do ex-presidente no pleito não deveria ter sido permitida pela Justiça. Mas fez questão de rechaçar qualquer possibilidade de ruptura institucional:
— Não vai ter golpe em lugar nenhum — assegurou.
O vice-presidente, eleito senador pelo Rio Grande do Sul, afirmou que fará uma oposição ferrenha ao futuro governo Lula no Congresso.
— Nós perdemos a eleição, mas temos uma força política enorme. Temos condição de fazer uma oposição forte. O couro vai comer — disparou.
Sobre Bolsonaro, Mourão afirmou que tentou encontrá-lo no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente, mas que não foi recebido no domingo à noite. Segundo ele, o chefe do Executivo estava chateado e não queria falar com ninguém.
— Eu estive no Palácio da Alvorada no domingo à noite, logo após o resultado da eleição, mas o presidente não queria receber ninguém. Ele pediu que eu retornasse pra casa — contou.
Ele também contou sobre já ter iniciado o contato com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, para que possam encaminhar a transição entre os gabinetes dos vices. Questionado se passará a faixa, em eventual decisão de Bolsonaro de não fazê-lo, respondeu que não há previsão para isso.