O presidente Jair Bolsonaro (PL) cumpre agenda no Rio Grande do Sul nesta sexta-feira (2) e no sábado (3). Não à toa. Parte expressiva de sua base de apoio vem de Estados do Sul, como o próprio Rio Grande do Sul, além de Santa Catarina e Paraná. Na eleição de 2018, vale lembrar, Bolsonaro fez 52,33% dos votos válidos, no primeiro turno, entre os eleitores gaúchos e, no segundo, 63,24%.
Ou seja, caso o RS fosse um país, Bolsonaro teria sido eleito em primeiro turno, há quatro anos.
No Estado, Bolsonaro estará em terreno que lhe é absolutamente favorável, em seu primeiro compromisso: o agro. Visitará a Expointer, maior feira agropecuária da América Latina. Ao lado de autoridades civis e militares, o presidente assistirá ao desfile dos grandes campeões da Expointer e à abertura oficial da 45ª edição da feira, marcada para as 10h.
E tem mais. Será festejado, conforme a coluna apurou, no espaço da Febrac (Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça), inclusive com a entrega de uma medalha ao presidente. Ele também deve participar de um almoço especial no espaço da Farsul (Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul).
Este almoço será fechado para cerca de 250 pessoas e contará com a presença de dirigentes da Farsul e também dirigentes de sindicatos rurais, além de líderes da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e da Federação de Associações Rurais do Mercosul (Farm).
Mulheres e evangélicos
Como parte de uma estratégia importante, Bolsonaro está de olho em outros dois segmentos que precisa conquistar para turbinar sua campanha à reeleição: as mulheres e os conservadores/cristãos. Este é um desafio relevante, analisam interlocutores da campanha, e que precisa ser superado para que o presidente possa consolidar sua estratégia na busca por mais votos.
Prova dessa estratégia é a participação cada vez mais frequente da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, nos compromissos de campanha. Com ela, Bolsonaro tenta vencer a resistência do eleitorado feminino e também consolidar voto entre o eleitor evangélico e/ou cristão. Numa entrevista ao portal Poder 360, o cientista político Vinícius do Valle, diretor do Observatório dos Evangélicos, observou assim a importância da participação da primeira-dama:
"Muitas evangélicas se veem na posição da Michelle porque vivem uma experiência semelhante no seus lares: são casadas com homens que não vão à igreja ou até vão, mas têm uma postura muitas vezes violenta, muitas vezes agressiva. Essas mulheres estão na igreja orando, tentando fazer de tudo para converter os seus maridos. Há uma identificação dessa mulher com a figura da Michelle", disse.
No Rio Grande do Sul, Michelle é uma das estrelas do encontro "Mulheres pela Vida e pela Família", em Novo Hamburgo, onde são esperadas 6 mil pessoas. Além dela, estarão presentes a ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves (candidata ao Senado pelo DF), e de Denise Lorenzoni, esposa do candidato ao governo do RS, Onyx Lorenzoni (PL).
Aliás, no segmento evangélico, entre os eleitores gaúchos, Bolsonaro tem 45% das intenções de voto, contra 35% do ex-presidente Lula, conforme a pesquisa Ipec.
Mas e Lula não está à frente de Bolsonaro, de acordo com as pesquisas, no Rio Grande do Sul? É preciso olhar os números com atenção. Conforme a sondagem do Ipec, Lula teria 40% e Bolsonaro 35%. Contudo, a margem de erro é de 3% para mais ou para menos, o que pode ser interpretado (dentro da margem) como empate técnico.