A conquista do pentacampeonato gaúcho pelo Grêmio no sábado (2) tem repercussões que vão além das quatro linhas. Na política, líderes do PDT que sonham em viabilizar a candidatura de Romildo Bolzan ao governo do Estado celebraram a vitória sobre o Ypiranga como mais um passo na direção de um retorno do ex-prefeito de Osório à arena política.
E menos tem a ver com a repercussão do resultado (um título) para o eleitorado, e mais com o ambiente e o contexto que envolvem a gestão do futebol do tricolor. É que, na prática, o que tem preocupado Romildo é a possível leitura de que ele estaria "abandonando o barco" enquanto o clube enfrenta o desafio de retornar à série A do Brasileirão. Nesta perspectiva, o cenário de uma eventual saída pode ser melhor construído caso o clima esteja pacificado, a partir de resultados positivos dentro de campo.
Reservadamente, pedetistas disseram à coluna ainda na sexta-feira — antes do título gaúcho, portanto — que a candidatura de Romildo já está consolidada e que falta agora definir um prazo e consolidar um ambiente tranquilo para uma saída amistosa da presidência do Grêmio.
E qual seria o caminho? Uma licença — possibilidade prevista no estatuto do clube — de 90 dias. Neste contexto, Romildo deixaria a presidência em meados de julho. O PDT, aliás, pressiona para que o ex-prefeito possa deixar o cargo antes dessa data.
— O PDT quer o quanto antes. O partido vai ter candidato a governador e o nome dele é Romildo — afirmou um interlocutor à coluna.
Oficialmente, as convenções partidárias que homologam candidaturas podem ser realizadas até o início de agosto. O estatuto do Grêmio prevê que quem ocupa o cargo presidente tenha que se afastar das funções a partir da homologação de uma candidatura.
Romildo
À coluna, Romildo segue adotando postura cautelosa e voltou a dizer nesta segunda-feira (4) que não há nada definido sobre candidatura ao governo do Estado. Bolzan acrescenta que o título conquistado não influencia em sua decisão.
No mês passado, em entrevista ao programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha, Romildo Bolzan negou a intenção de deixar a presidência do Grêmio neste momento.
— Tenho um compromisso de resgatar o clube, exatamente pelo que aconteceu no ano passado — destacou.