O PDT ainda não jogou a toalha. Com uma pesquisa debaixo do braço, o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, desembarcou em Porto Alegre na última quinta-feira (10) para tentar mais uma vez convencer Romildo Bolzan, presidente do Grêmio, a disputar a eleição em outubro. Uma sondagem realizada com eleitores gaúchos apontou Romildo com bons índices de intenção de voto, a despeito dos resultados do Grêmio e do fato de ele jamais ter se colocado oficialmente como candidato.
É com esses argumentos que Lupi, amigo de Romildo de longa data, tenta dissuadir Romildo da ideia (presente hoje) de não concorrer. O presidente do Grêmio foi prefeito de Osório e é bem avaliado por sua capacidade de gestão administrativa. Além disso, outros líderes políticos do PDT gaúcho entendem que uma candidatura própria ao Piratini pode ser importante também para puxar a votação (para cima) de candidatos a deputado federal e estadual.
Ou seja: o PDT quer Romildo candidato.
Há outro argumento: a eleição para o governo do Estado, até aqui, não tem um nome que desponte com muita vantagem nas pesquisas realizadas pelos partidos. Nem mesmo os que tem apoio do atual presidente, Jair Bolsonaro, ou que ocupam cargos no governo federal. Isso significa que há espaço aberto para o fortalecimento de uma candidtura.
A coluna conversou com Romildo Bolzan nesta quinta-feira (17). E a razão pela qual Romildo não cede aos apelos do PDT até aqui é bastante clara. Romildo entende que seria irresponsável ou mesmo displicente de sua parte deixar o clube no momento atual, com todas as dificuldades expostas em especial a partir da queda para a série B do Campeonato Brasileiro.
Deixar o clube nestas circunstâncias, pondera Romildo, seria abandonar o barco enquanto todos os companheiros estão lutando para reverter uma situação complicada. E o argumento faz, sim, todo o sentido. O cenário pode até ser bom politicamente — considerando que há pesquisas que indicam isto —, mas péssimo para uma saída sem que os problemas de campo tivessem sido resolvidos.
De bastidores, uma fonte ligada ao PDT contou ainda que Carlos Lupi deu ainda mais alguns dias para que Romildo tomasse, de fato, uma decisão. Depois desse prazo (em torno de uma semana a dez dias), voltaria a procurar o presidente do Grêmio. O interlocutor resumiu assim, à coluna: "Ou seja, tudo combinado, nada resolvido".
Entrevista à Rádio Gaúcha
Nesta semana, em entrevista ao programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha, Romildo demonstrou publicamente sua disposição para não concorrer.
— Neste momento, não tenho condições de sair do Grêmio. Tenho um compromisso de resgatar o clube, exatamente pelo que aconteceu no ano passado — destacou.