Como a coluna contou nesta semana, o PDT ainda não jogou a toalha. Pelo contrário. O partido segue querendo — e muito — que Romildo Bolzan seja candidato pela legenda ao governo do Estado em outubro de 2022. A nova jogada incluiu uma campanha na internet com a hashtag #QueroRomildo, que foi lançado no perfil do PDT gaúcho no Twitter.
Para agradar a todos os gaúchos, gremistas e colorados, os cards foram publicados em azul e em vermelho, as cores da dupla GreNal. Romildo é presidente do Grêmio e precisaria deixar o cargo, conforme o estatuto do clube, após a homologação da candidatura.
As convenções partidárias ocorrerão entre 20 de julho e 5 de agosto.
"As bases do PDT e os simpatizantes da candidatura de ROMILDO BOLZAN ao Governo do Estado lançam hoje a campanha QUERO ROMILDO! A partir de hoje estão convocados todos que acreditam na importância desta candidatura a se alinharem ao QUERO ROMILDO!", diz o texto.
Além disso, a mensagem está sendo repostada por deputados e líderes pedetistas no Estado. Ou seja, mostrando que não se trata de um movimento isolado, mas sim endossado por vários integrantes da legenda.
Lupi veio ao RS
Com uma pesquisa debaixo do braço, o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, desembarcou em Porto Alegre na última quinta-feira (10) para tentar mais uma vez convencer Romildo a disputar a eleição em outubro. Uma sondagem realizada com eleitores gaúchos apontou Romildo com bons índices de intenção de voto, a despeito dos resultados do Grêmio e do fato de ele jamais ter se colocado oficialmente como candidato.
É com esses argumentos que Lupi, amigo de Romildo de longa data, tenta dissuadir Romildo da ideia (presente hoje) de não concorrer. O presidente do Grêmio foi prefeito de Osório e é bem avaliado por sua capacidade de gestão administrativa. Além disso, outros líderes políticos do PDT gaúcho entendem que uma candidatura própria ao Piratini pode ser importante também para puxar a votação (para cima) de candidatos a deputado federal e estadual.
A coluna conversou com Romildo Bolzan na quinta-feira (17). E a razão pela qual Romildo não cede aos apelos do PDT até aqui é bastante clara. Romildo entende que seria irresponsável ou mesmo displicente de sua parte deixar o clube no momento atual, com todas as dificuldades expostas em especial a partir da queda para a série B do Campeonato Brasileiro.
Deixar o clube nestas circunstâncias, pondera Romildo, seria abandonar o barco enquanto todos os companheiros estão lutando para reverter uma situação complicada. E o argumento faz, sim, todo o sentido. O cenário pode até ser bom politicamente — considerando que há pesquisas que indicam isto —, mas péssimo para uma saída sem que os problemas de campo tivessem sido resolvidos.
De bastidores, uma fonte ligada ao PDT contou ainda que Carlos Lupi deu ainda mais alguns dias para que Romildo tomasse, de fato, uma decisão. Depois desse prazo (em torno de uma semana a dez dias), voltaria a procurar o presidente do Grêmio. O interlocutor resumiu assim, à coluna: "Ou seja, tudo combinado, nada resolvido".
Entrevista à Rádio Gaúcha
Nesta semana, em entrevista ao programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha, Romildo demonstrou publicamente sua disposição para não concorrer.
— Neste momento, não tenho condições de sair do Grêmio. Tenho um compromisso de resgatar o clube, exatamente pelo que aconteceu no ano passado — destacou.