Quem esteve presente no encontro entre Eduardo Leite (PSDB) e Gilberto Kassab (PSD) na residência de Kassab, em São Paulo, não ficou com a menor dúvida: Leite será candidato à Presidência da República em outubro. Para isso, migrará de partido, deixando o PSDB — que terá João Doria, governador de São Paulo, como candidato ao Palácio do Planalto.
A vaga foi oferecida a Leite por Kassab, presidente do PSD, com apoio de Eduardo Paes, prefeito do Rio, que afirmou em 2021 à Rádio Gaúcha que considerava o tucano "o quadro mais qualificado" para concorrer à Presidência.
O "encontro durou horas", ficaram um "tempão conversando" e "não foi a primeira vez", observou um interlocutor atento à coluna. Kassab aproveitou a presença de Paes, que estava na capital paulista para a gravação do programa Roda Viva, para demonstrar a Leite que a candidatura é viável e tem respaldo de nomes políticos importantes.
Aliás, a possível candidatura de Leite é vista com preocupação pelo Palácio do Planalto, como a única capaz de fazer emplacar a chamada "terceira via".
E sobre a possibilidade de Leite permanecer no PSDB e tentar se manter como governador do Rio Grande do Sul durante mais quatro anos?
"Ele tem um compromisso (assumido durante a campanha) de não ser candidato à reeleição ao governo do Estado. Esse não será o caminho", afirmou o interlocutor.
A observação foi feita à coluna por causa das movimentações de empresários e tucanos gaúchos na direção de tentar convencer Leite a disputar a reeleição, desfazendo sua promessa inicial. O tema foi revelado pela colunista Rosane de Oliveira, em GZH. Nos bastidores, figuras importantes do cenário gaúcho entenderam esse movimento como "natural" porque o PSDB não quer perder Leite para o PSD.
A coluna conversou com mais de uma pessoa que presenciou a conversa na casa de Kassab, em São Paulo. De todas, ouviu que a intenção de Eduardo Leite está bastante clara. Ele quer ser candidato à Presidência e Kassab assegurou a ele que, migrando para o PSD, a vaga é dele.
Por que esse ponto é importante? Porque Leite de fato colocou na balança. O temor era que Gilberto Kassab e o PSD pudessem apoiar o PT de Lula ainda no primeiro turno, e neste caso a saída do governador tucano seria em vão. Kassab assegurou que esse não será o caminho.
Claro que oficialmente será preciso que Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, diga que não será candidato — o que nos bastidores também é tratado como certo.