O movimento de deputados que se reuniu para reivindicar uma candidatura de Eduardo Leite à Presidência da República pelo PSDB surgiu em especial pela insatisfação com uma postura centralizadora do governador de São Paulo, João Doria. É o que dizem lideranças tucanas que participaram das conversas que culminaram com um almoço nesta quinta-feira (11), no Palácio Piratini.
No encontro, realizado no Galpão Crioulo da sede do governo, parlamentares de diferentes Estados expuseram a intenção de ver Leite como postulante ao Planalto em 2022, destacando o gaúcho como alguém com capacidade de interlocução junto à bancada federal.
— Não vamos aceitar o prato feito de Doria — afirmou um interlocutor à coluna.
— O partido não tem como dono um único governador — provocou outro líder presente na reunião.
Conforme a coluna apurou, pesou contra Doria a postura de se apresentar como o “pai” da vacinação no Brasil, por ter liderado o processo de compra e produção da CoronaVac. Cabe lembrar que a postura dele já havia incomodado outros governadores, como Ronaldo Caiado (DEM), de Goiás. Eles se queixaram ao ministro Eduardo Pazuello (Saúde ) de que o tucano estaria politizando a vacinação e capitalizando em cima do imunizante.
Além disso, o posicionamento de Doria como personagem de enfrentamento pessoal contra Bolsonaro também desagrada integrantes do PSDB. Eles lembram que o governador de SP chegou a usar o nome colado ao de Bolsonaro nas eleições de 2018, ao falar em “BolsoDoria”. O fato também foi lembrado por Eduardo Leite em entrevista ao jornal O Globo.
— O PSDB tem posição, não é questão de virar oposição. Votaremos a favor dos projetos que considerarmos bons para o país, como a reforma tributária — explicou um deputado federal.