O grupo de entidades que pede às autoridades que seja mantido o sistema de cogestão da pandemia — com decisões compartilhada entre Estado e municípios — ganhou mais um reforço neste domingo. Desta vez, o Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe/RS) se somou a mobilização que já conta com representantes do Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha), Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre, Sindilojas e também da Fecomércio.
O grupo argumenta que a prefeitura de Porto Alegre tem condições de estudar e estabelecer protocolos adequados à realidade da Capital, ainda que a região tenha sido classificada com bandeira preta no modelo de Distanciamento Controlado do governo do Estado.
Assim como Porto Alegre, outras dez regiões receberam a classificação mais grave por conta do aumento de casos e de internações de pacientes com covid-19. O governador Eduardo Leite classificou o cenário atual como "crítico".
Na prática, com o modelo de gestão, o Executivo municipal poderia adotar, por exemplo, regras mais brandas sobre o funcionamento de estabelecimentos. Neste sentido, bares, restaurantes e lojas não precisariam fechar as portas na próxima semana.
No documento encaminhado às autoridades, representantes de diferentes setore argumentam que os protocolos de segurança estão sendo rigorosamente cumpridos por donos e funcionários dos locais. E pedem que haja sensibilidade quanto à sobrevivência econômica:
"Compreendemos que a cogestão representa a tomada de decisões focada nas particularidades de cada localidade e que, respeitando o exercício democrático que elege representantes municipais a partir do voto popular, garante a adoção de protocolos de bandeira inferior à atual vigente, dando autonomia e atribuindo confiança nas decisões de cada gestor municipal. (...) Este é um relato profundo e sincero de profissionais que encontram-se no limite. Estamos à beira de um colapso na economia gaúcha e não podemos correr estes riscos", justificaram as entidades que assinam o manifesto.
A possibilidade que envolve a suspensão ou manutenção da cogestão deve ser analisada pelo governo do Estado em reunião prevista para esta segunda-feira (22).
Leia o documento na íntegra
Manifesto em defesa do modelo de cogestão do distanciamento controlado no Rio Grande do Sul
Diante da decisão recente do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, em alterar as bandeiras do mapa preliminar de distanciamento controlado no RS, as entidades, que representam setores fundamentais da nossa economia, abaixo assinadas, manifestam-se em defesa do modelo de cogestão do distanciamento controlado, especialmente no município de Porto Alegre, mas também em apoio à manutenção do sistema nos demais municípios do Rio Grande do Sul.
Compreendemos que a cogestão representa a tomada de decisões focada nas particularidades de cada localidade e que, respeitando o exercício democrático que elege representantes municipais a partir do voto popular, garante a adoção de protocolos de bandeira inferior à atual vigente, dando autonomia e atribuindo confiança nas decisões de cada gestor municipal.
Ainda, com a cogestão, todas as análises e dados epidemiológicos de cada cidade seguem sendo levados em consideração, assegurando o distanciamento interpessoal e as normas de higienização, mas não temos mais ambiente possível para assumir o ônus da bandeira preta em nossa Capital Gaúcha.
Entendemos também não haver explicação para um setor tão importante como a educação estar excluído da cogestão. As escolas fechadas impactam nos demais setores e sabidamente as crianças e adolescentes não são vetores e não sofrem os mesmos efeitos da COVID-19 que os adultos. Desta forma solicitamos que este setor fundamental para o futuro do nosso país também possa ser objeto da cogestão pelos Municípios.
Nossos recursos estão esgotados. Medidas econômicas que anteriormente garantiam fôlego às nossas operações já não fazem mais parte de nossa realidade, e não temos condição alguma de arcar com os impactos de medidas que imponham restrições duras de funcionamento, suspendendo atendimentos presenciais ao público, reduzindo capacidade de atuação e bloqueando operações e realizações de eventos, por exemplo, entre outras consequências.
Pedimos um especial destaque nesta mensagem: não temos condições de fechar as portas. Não temos condições de reduzir ou realizar adaptações em nossas operações. Não há recursos, estoques ou meios para que isso aconteça. Este é um relato profundo e sincero de profissionais que encontram-se no limite. Estamos à beira de um colapso na economia gaúcha e não podemos correr estes riscos.
Reiteramos que os setores empresariais não são culpados por esse novo aumento de contágio do Coronavírus. Nossos estabelecimentos não são fontes propagadoras do vírus e, desde o início da pandemia, estamos tomando todos os rigorosos cuidados com protocolos de higiene e sanitização para preservar a nossa saúde, de nossos funcionários e de nossos clientes, oferecendo ambientes seguros. Portanto, não podemos pagar a conta - que é extremamente cara - desse momento.
Entendemos também que os poderes precisam estabelecer critérios firmes de combate às aglomerações que, conforme foram constatadas por toda a sociedade gaúcha, acontecem, sobretudo, nas praias e nas festas clandestinas. Além disso, as testagens rápidas precisam ser ampliadas, de modo que tenhamos um diagnóstico em tempo real da contaminação e que os agentes de saúde possam agir de forma assertiva e urgente nos tratamentos destes infectados.
Por fim, pedimos que a população assuma seu importante papel na ação rápida de enfrentamento deste grave momento, realizando a manutenção das atitudes que podem preservar vidas e colaborar com a continuidade de nossas atividades, evitando grandes aglomerações, fazendo o uso contínuo e correto da máscara e realizando constante higienização das mãos. Todos esperamos pelo fim da pandemia, mas somente a ação coletiva nos colocará mais próximos deste objetivo. A cogestão do distanciamento controlado por parte das prefeituras precisa prevalecer, em nome de um horizonte minimamente viável e consciente para cada cidade do nosso Estado.
Assinam o manifesto: Sindha - Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região SHPOA - Sindicato de Hotéis de Porto Alegre Sindilojas Porto Alegre CDL/POA - Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre Fecomércio-RS Abrasel no RS - Associação Brasileira de Bares e Restaurantes Convention & Visitors Bureau de Porto Alegre e Região Metropolitana Grupo de Live Marketing do RS ACCB - Associação dos Comerciantes da Cidade Baixa AGEPES - Associação Gaúcha de Empresas e Profissionais de Eventos ABIH RS - Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio Grande do Sul Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Erechim SINEPE/RS – Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul SINDICRECHES - Sindicato Intermunicipal dos Estabelecimentos de Educação Infantil do Estado do Rio Grande do Sul Ascomepc - Associação do Comércio do Mercado Público Central SINCODIV - Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado do Rio Grande do Sul FENABRAVE - Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores AEHN- Associação das Empresas dos Bairros Humaitá Navegantes AGV - Associação Gaúcha para o Desenvolvimento do Varejo LIDE – Grupo de Líderes Empresariais ICF – Instituto Cultural Floresta AEERPA- Associação dos Empresários da Estação Rodoviária de Porto Alegre SERGS - Sociedade de Engenharia do Rio Grande Sul Federasul - Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande Sul ADVB RS – Associação dos Dirigentes de Marketing e Vendas do Brasil AGAS - Associação Gaúcha de Supermercados ACLAME – Associação da Classe Média ACPA - Associação Comercial de Porto Alegre Sindicato da Hotelaria, Restaurantes, Bares e Similares da Região das Hortênsias (Sindtur) Sindicato de Hotéis, Restaurantes Bares e Similares de Erechim Sindicato de Hotéis, Restaurantes Bares e Similares de Pelotas Sindicato de Hotéis, Restaurantes Bares e Similares de Santo Ângelo Sindicato dos Hotéis, Restaurantes Bares e Similares de Osório Sindicato dos Hotéis, Restaurantes Bares e Similares de Santa Maria Sindicato dos Hotéis, Restaurantes Bares e Similares de Uruguaiana Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Passo Fundo Sindicato de Hotéis, Restaurantes Bares e Similares de Garibaldi Sindicato de Hotéis Restaurantes, Bares e Similares do Litoral Sindicato de Hotéis, Restaurantes Bares e Similares de Novo Hamburgo - SindGastrHô Sindicato Empresarial de Gastronomia e Hotelaria Região Uva e Vinho - SEGH #CogestãoSim #CogestaoSim