A previsão do Instituto Butantan de conclusão da terceira fase de testes da vacina contra a covid-19 em dezembro não significa que ela estará disponível automaticamente para ser aplicada na população. Em entrevista ao Timeline desta terça-feira (6), Dimas Covas, diretor do instituto, afirmou que o processo de logística para distribuição das doses é complexo e a vacinação em um possível público-alvo, como idosos e pessoas com comorbidades, pode levar de dois a três meses para ser concluída.
— O Brasil tem mais de seis mil municípios. A vacina tem de atingir a todos. Isso dá pra você uma ideia da logística envolvida nisso. A logística de recebimento, transporte da vacina por via aérea, terrestre, chegar a vacina lá no interior do Amazonas, no Pará, no Rio Grande do Sul. Então, essa logística é uma logística complexa, e leva um tempo. Normalmente numa campanha, o tempo de imunização das populações-alvo é de dois a três meses — explicou
Os prognósticos de Covas estão embasados na expertise do Instituto Butantan para produção e distribuição da vacina da gripe. Somente neste ano, o Butantan produziu 80 milhões de doses que foram aplicadas na campanha nacional do Ministério da Saúde. Isso significa que um a cada três brasileiros foi imunizado com a vacina produzida pelo instituto, segundo o diretor.
— Essa campanha começou em março e se estendeu até maio. Então tem esse cronograma de vacinação — contou.
Com estudos conduzidos no Brasil pelo Instituto Butantan, a CoronaVac entrou na fase três — quando os testes são conduzidos em humanos — em julho. A vacina é desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac Biotech.