A retomada gradual de serviços e atividades, após a redução de casos de coronavírus no Estado, mobiliza mais um setor importante para a economia gaúcha, que somente no ano passado movimentou mais de R$ 1 bilhão em eventos realizados no Rio Grande do Sul.
Juntos de forma inédita, a fim de apresentar um plano de retorno às atividades, estão os líderes de: Grupo TE2 (Business For Fun e Provocateur), Grupo Austral, Opinião, Combo Agência, representantes de casas como Coolture, Complex, Club 688, NY72, Bar1Bar2 e URB Stage.
A intenção é justamente encontrar uma maneira segura de retomada dos eventos, já que o setor de arte, cultura e entretenimento foi um dos mais afetados pela pandemia no mundo.
Conforme relato de representantes do grupo de empresários à coluna, a turma se uniu para pensar os caminhos que podem ser trilhados para a retomada da área. Primeiro, se reuniram com o secretário de Desenvolvimento de Porto Alegre, Leonardo Hoff, na semana passada. Ontem foi a vez do lançamento de um manifesto nas redes sociais. Amanhã, o movimento conversa com o Secretário de Turismo do Estado - Rodrigo Lorenzoni e deverá apresentar um estudo com possibilidades e sugestões de reabertura gradual dos locais de entretenimento, tanto na capital gaúcha, quanto na Serra e no Litoral Norte, já de olho no verão.
— Geramos mais de 50 mil empregos diretos e indiretos anualmente e o faturamento do setor no estado chega à casa dos R$ 20 bilhões, cerca de 5% do PIB do Rio Grande do Sul. Compreendemos o cenário, mas ressaltamos que precisamos caminhar para uma volta ao normal — avaliou Tiago Escher, um dos nomes à frente do Grupo TE2.
Já Eduardo Corte, responsável pelo Grupo Austral, destaca a necessidade de protocolos e um honesto diálogo com o setor. Afinal, o público já parece estar no limite do comportamento e começa a dar sinais mais claros de desobediência civil.
— No feriado de 7 de setembro observamos o alto número de eventos clandestinos aqui no Sul. Estimamos que mais de 35 mil pessoas foram às ruas nestes ambientes de lazer noturno e as forças de segurança não conseguiram impedir as aglomerações. Por que, então, não iniciar a retomada gradual do setor? Num ambiente controlado, com credibilidade e responsabilidade, seria muito mais fácil adotar medidas de segurança — explicou.
O grupo de empresários que desenvolve esse projeto ressalta estar “aberto” e “disposto a receber novos participantes”. O movimento conta com o auxílio de médicos infectologistas que tem atuado diretamente no contexto de crise vivido neste período. Todos compreendem que a reabertura é algo possível de ser feito, desde que respeitadas as medidas de segurança previamente apontadas por um corpo técnico do poder público.
Por isso, proposições que buscam indicar um modelo interessante de reabertura gradual e quais medidas as casas precisam estar atentas são centrais neste plano que será apresentado.