O ex-procurador da Operação Lava Jato em Curitiba Carlos Fernando dos Santos Lima afirmou em entrevista à Rádio Gaúcha nesta quinta-feira (25) que o presidente da República, Jair Bolsonaro, nunca possuiu compromisso efetivo com o combate à corrupção e apenas se aproveitou do movimento capitaneado por procuradores (como os da Força-Tarefa) para chegar ao Palácio do Planalto. Ele admitiu ter votado em Bolsonaro no segundo turno da eleição, em outubro de 2018, mas não revelou arrependimento já que a outra opção (o Partido dos Trabalhadores) representava, segundo ele, a corrupção. Se pudesse voltar no tempo, explicou, talvez optasse por votar em branco.
"Bolsonaro nunca teve um compromisso real contra a corrupção. Ele foi um surfista da onda anti-corrupção ", afirmou.
O ex-procurador também se manifestou a respeito da interpretação de que a Lava-Jato contribuiu para a eleição de Bolsonaro à presidência da República. À Rádio Gaúcha, o ministro do STF Gilmar Mendes chegou a dizer, em maio, que a Lava-Jato era a "mãe do bolsonarismo". Carlos Fernando rechaçou essa interpretação. E sustentou que a população acabou escolhendo o "remédio errado" contra o sistema e suas irregularidades.
- Bolsonaro é um estelionato. As pessoas fizeram a escolha do remédio errado. Como se tivessem escolhido a cloroquina - disse.