A prisão do ex-policial militar e ex-assessor do hoje senador Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, nesta quinta-feira (18), atinge em cheio o coração da família do presidente da República, Jair Bolsonaro.
Não se trata apenas de uma derrota para o filho "zero um", investigado no suposto esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Mas, sim, de elemento com potencial explosivo para o pai e inquilino do Palácio do Planalto, em Brasília.
Disse Jair Bolsonaro, certa vez sobre Queiroz, preso nesta quinta pela Polícia Civil em Atibaia, na casa do advogado da família:
"Conheço o senhor Queiroz desde 1984. Nós somos paraquedistas. Nasceu ali, e continua, uma amizade".
Conforme narrou o colunista Bernardo Mello Franco, do jornal O Globo, Bolsonaro é um velho parceiro de Fabrício Queiroz, apontado como operador da "rachadinha" pelos investigadores da Polícia Civil e do Ministério Público estadual. Quando os dois ficaram amigos, Flávio tinha apenas 3 anos. O ex-PM estava lotado no gabinete de Flávio no Legislativo fluminense.
Bolsonaro contou, em maio de 2019, que o amigo Queiroz lhe pediu ajuda quando enfrentava "problemas" na polícia. Foi ali que começou a trabalhar junto à família do presidente.
No gabinete do "zero um", Queiroz foi assessor e motorista de Flávio Bolsonaro. Isso até outubro de 2018, quando foi exonerado. A investigação do Ministério Público do RJ que apura as irregularidades envolvendo Queiroz chegou a ser suspensa por decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, após pedidos de Flávio em 2019.
Em novembro, contudo, o STF revogou a liminar e liberou a retomada da investigação. O que, aliás, é absolutamente fundamental porque há muitos pontos importantes a serem explicados. Entre eles, um cheque de R$ 24 mil depositado por Queiroz na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro. Como já diriam pelos corredores acarpetados do Planalto, tem que ver isso daí.