O ex-ministro do Trabalho e atual presidente Fundação Nacional de Saúde (Funasa) é um dos alvos da Operação Gaveteiro, deflagrada na manhã desta quinta-feira (6) pela Polícia Federal. A apuração envolve suspeita de desvios no Ministério do Trabalho. Nogueira chefiou a pasta no governo do ex-presidente Michel Temer. À jornalista Carolina Bahia, ele negou qualquer envolvimento em irregularidades.
As primeiras informações sobre a operação da PF foram reveladas pela jornalista Bela Megale, do jornal O Globo. Estão sendo cumpridos dois mandados de prisão preventiva e 41 de busca e apreensão no Distrito Federal, Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. A colunista informou que Nogueira é alvo de buscas e que a PF chegou a pedir a prisão do ex-ministro, mas ela foi negada pela Justiça.
Nogueira é filiado ao PTB e foi deputado federal na última legislatura. Em maio de 2016, ele se licenciou para assumir o ministério. O ex-deputado, que também é pastor, integrava a bancada evangélica na Câmara dos Deputados.
Foi na gestão de Nogueira à frente do Ministério do Trabalho que foi aprovada a legislação que compõe a Reforma Trabalhista. O ex-ministro pretendia carregar a as mudanças nas regras que foram bem vistas por empresários como bandeira de campanha. Na pasta, Nogueira também enfrentou polêmicas como a portaria do trabalho escravo. Ele deixou o ministério em dezembro de 2017.
No final da tarde desta quinta-feira, Ronaldo Nogueira enviou uma nota à imprensa afirmando que tem o "maior interesse" no esclarecimento dos fatos e que se coloca à disposição das autoridades. Confira a nota na íntegra:
"Em relação à notícia divulgada no dia de hoje, envolvendo meu nome, informo não ter receio algum da apuração dos fatos. Meu advogado está tomando ciência do processo com toda a serenidade que o momento exige. Tenho o maior interesse no esclarecimento dos fatos e, desde já, coloco-me à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários às autoridades responsáveis."