Meses após se retirar do governo de Jair Bolsonaro, o gaúcho Henrique Pires está de volta à política. Henrique, que chegou a ser titular da Secretário Nacional de Cultura em Brasília, assumirá o cargo de assessor especial da prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas (PSDB), que sucedeu o governador Eduardo Leite na gestão municipal. À coluna, Paula elogiou a experiência e a interlocução de Henrique Pires, no âmbito político, e ressaltou a confiança no trabalho do aliado:
— Ele vai atuar diretamente comigo em pautas estratégicas do governo, em diversas áreas. E com toda a experiência e com o conhecimento que ele tem, não tenho dúvidas de que ele vai poder colaborar muitíssimo com o governo — afirmou.
Saída polêmica
Em agosto de 2019, Henrique Pires pediu demissão ao ministro da Cidadania, Osmar Terra, por não concordar com atos de censura do governo Bolsonaro que atingiram o setor artístico. A secretaria era, à época, subordinada ao Ministério da Cidadania.
A informação foi revelada em primeira mão pela jornalista Carolina Bahia. Para Henrique Pires, a gota d'água foi a suspensão de editais já contratados junto à Agência Nacional de Cinema (Ancine).
— Eu não vou fazer apologia a filtros culturais. Para mim, isso tem nome: é censura. Se eu estiver nesse cargo e me calar, vou consentir com a censura. Não vou bater palma para este tipo de coisa. Eu estou desempregado. Para ficar e bater palma pra censura, eu prefiro cair fora — disse Henrique Pires, à época, ao jornal O Globo.
A mesma Secretaria Nacional de Cultura voltaria a ser alvo de polêmica em 2020, com a demissão de Roberto Alvim, que gravou vídeo com referências ao discuso de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda durante o governo nazista de Adolf Hitler.