"Um homem diferenciado", assim sintetizou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, à coluna a figura de Ibsen Pinheiro, ex-presidente da Casa que morreu nesta sexta-feira, aos 84 anos, em Porto Alegre.
Maia conversou com a coluna logo após ser informado sobre notícia, por volta de 23h, muito emocionado. E disse considerar Ibsen "um amigo especial".
"Ibsen estará sempre guardado no meu coração. Um exemplo pra mim", descreveu.
Sobre o fato de se referir a Ibsen um "modelo" enquanto político, Maia lembrou um momento marcante. Ele disse que fez questão de destacar esse "exemplo" do emedebista em seu discurso quando se elegeu pela primeira vez para a Presidência da Câmara, em julho de 2016. Ao referir ao nome do gaúcho, citou também o emedebista Ulysses Guimarães, e definiu: “[Exemplos de] cordialidade e estrito respeito aos ditames do espírito público”.
Por fim, relatou aprendizado:
"Tive a oportunidade de conviver e aprender muito com ele. Perdemos um homem público diferente", completou.
Nascido em São Borja em 5 de julho de 1935, Ibsen foi presidente da Câmara dos Deputados entre 1991 e 1993. Em 1992, comandou a sessão que levou ao impeachment de Fernando Collor. Foi também presidente do PMDB do Estado, deputado estadual e vereador. Elogiado por políticos de diferentes visões, era um orador e frasista reconhecido. Também teve destaque em sua atuação como jornalista, procurador de justiça, promotor, advogado e ex-dirigente do Sport Club Internacional.
Ingresso na política
Ibsen foi eleito pela primeira vez em 1976, assumindo o cargo de vereador de Porto Alegre pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Conhecido por sua verve e sua qualidade no discurso, ele logo começou a despontar, elegendo-se deputado estadual em 1978 e deputado federal em 1983. Reelegeu-se em 1986, participando da construção da Constituição de 1988.
Atuação parlamentar
No início da década de 1990, Ibsen Pinheiro foi um dos nomes mais importantes da política nacional. Presidiu a Câmara dos Deputados entre 1991 e 1993, liderando a casa legislativa durante o impeachment de Fernando Collor de Mello, em 1992.