Na entrevista que concedeu ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na segunda-feira (20), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, voltou a ser questionado sobre o episódio de caixa 2 admitido pelo ministro-chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro, Onyx Lorenzoni. O episódio é referente a abril de 2017, quando, em entrevista à Rádio Gaúcha, Onyx disse ter recebido R$ 100 mil da JBS para sua campanha em 2014.
Moro lembrou que já havia se manifestado sobre o caso e reiterou o fato de considerar correto a admissão por parte do colega de esplanada.
— Já declarei que acho meritório que ele (Onyx) tenha reconhecido que errou e que ele esteja disposto a pagar por esses erros — afirmou, questionado por jornalistas.
Sobre o episódio envolvendo o ex-secretário de Cultura Roberto Alvim, que em vídeo apresentou uma fala inspirada no nazista Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Hitler, Moro disse considerar um caso "bizarro", mas ressaltou:
— Acho que não cabe ao ministro da Justiça e Segurança Pública ser um comentarista sobre tudo — completou.
Caixa 2
Homem forte do governo Bolsonaro, o gaúcho Onyx Lorenzoni (DEM-RS) chegou a dividir com a coluna um aprendizado que experimentou após o episódio do caixa 2 envolvendo sua campanha a deputado federal, em 2014. À coluna, Onyx contou que é evangélico, muito religioso, e conversou com Deus, em orações, sobre o ocorrido.
— Primeiro, resolvi o meu problema com Deus. E aí, nas minhas orações, sempre me vinha um pensamento em mente, de que eu precisava de um gesto que lembrasse o valor da verdade e também que simbolizasse que eu nunca mais cometeria aquele erro — contou.
Onyx, então, decidiu tatuar uma passagem bíblica no braço direito, ao lado de outras duas tatuagens (uma que traz a bandeira do Rio Grande do Sul junto à palavra "liberdade" e outra, mais acima, com o símbolo do Internacional, clube do coração). O versículo tatuado está no Evangelho de João, no Novo Testamento: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará!” (Jo 8,32).
Na ocasião, Onyx admitiu que havia cometido um "erro" ao receber R$ 100 mil da JBS sem registrar a quantia na prestação de contas da Justiça Eleitoral. O ministro afirmou que aceitou o dinheiro para fechar suas contas sem dívidas.