Homem forte do futuro governo de Jair Bolsonaro, o gaúcho Onyx Lorenzoni (DEM-RS), atual ministro extraordinário, dividiu com a coluna o aprendizado que experimentou após o episódio do caixa 2 envolvendo sua campanha a deputado federal, em 2014. A confissão ocorreu em 2017.
Na ocasião, Onyx admitiu que havia cometido um "erro" ao receber R$ 100 mil da JBS sem registrar a quantia na prestação de contas da Justiça Eleitoral. O ministro afirmou que aceitou o dinheiro para fechar suas contas sem dívidas.
Na época, o então deputado federal afirmou que procuraria o Ministério Público Federal e o Judiciário para regularizar sua situação. Em entrevista recente, após aceitar o convite de Bolsonaro para ser ministro da Justiça, o juiz federal Sergio Moro, falou sobre o episódio e disse que o futuro colega "admitiu seus erros" e pediu desculpas.
— Quanto a esse episódio no passado, ele mesmo admitiu os seus erros e pediu desculpas. E tomou as providências para reparar — afirmou o juiz.
À coluna, Onyx contou que é evangélico, muito religioso, e conversou com Deus, em orações, sobre o ocorrido.
— Primeiro, resolvi o meu problema com Deus. E aí, nas minhas orações, sempre me vinha um pensamento em mente, de que eu precisava de um gesto que lembrasse o valor da verdade e também que simbolizasse que eu nunca mais cometeria aquele erro — contou.
Onyx, então, decidiu tatuar uma passagem bíblica no braço direito, ao lado de outras duas tatuagens (uma que traz a bandeira do Rio Grande do Sul junto à palavra "liberdade" e outra, mais acima, com o símbolo do Internacional, clube do coração). O versículo tatuado está no Evangelho de João, no Novo Testamento: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará!” (Jo 8,32).
— Foi um erro (o caixa 2). E acho que cometer um erro é algo que pode acontecer com qualquer pessoa. Todo mundo erra e acerta. Mas reconheci e tenho como princípio que nunca mais irei cometê-lo — afirmou.