O deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL), conhecido como "príncipe" por ser membro da família imperial do Brasil, concedeu entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, nesta quinta-feira (14). Na conversa, ele falou sobre a criação de um novo partido (Aliança pelo Brasil) e confirmou a existência de um dossiê criado a fim de prejudicar sua relação com o então candidato e hoje presidente da República, Jair Bolsonaro. O episódio ocorreu durante a campanha eleitoral de 2018 e refletiu na escolha do candidato a vice na chapa bolsonarista.
— Eu fiquei sabendo do dossiê. Mas esse dossiê nunca veio a público. Só soube que algumas informações foram apresentadas ao (presidente) Jair Bolsonaro no momento crítico de tomada de decisão (de escolha do candidato a vice). Nesse momento crítico. Eu já havia sido registrado na noite anterior. Na madrugada de domingo,surgiram informações dessa natureza dizendo, "Jair, temos que reconsiderar de última hora porque vai estourar um dossiê contra ele. Na dúvida...". Então, vamos escolher outro quadro, vai ser o Mourão — explicou.
Questionado sobre quem estaria por trás desse movimento orquestrado contra ele, Luiz Philippe de Orleans e Bragança citou o ex-ministro e ex-aliado de Bolsonaro Gustavo Bebianno, que deixou o PSL e se tornou crítico ao presidente que ajudou a eleger. O objetivo, conforme o "príncipe", seria minar a possibilidade de indicação dele como vice na chapa presidencial. O escolhido acabou sendo o general Hamilton Mourão, hoje vice-presidente eleito.
— O Bebianno era um dos que estavam conspirando contra mim. (...) Houve uma espécie de conspiração contra a minha candidatura e, por isso, eu não fui escolhido. Naquela época, houve uma série de desinformações contidas em dossiê que eu nunca cheguei a ver o conteúdo, mas fiquei sabendo por apoiadores e por pessoas do governo e da família Bolsonaro que estavam tentando me desqualificar como vice-presidente — afirmou.
Eu não sei se foi apresentado, eu só soube que algumas informações fo
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Dossiê comprometedor
À Folha de São Paulo, o deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) afirmou que o presidente Jair Bolsonaro desistiu de indicar o príncipe Luiz Philippe de Orleans e Bragança como vice em sua chapa presidencial depois de ter recebido fotos comprometedoras dele.
Perguntei: Que fotos? [Bolsonaro] disse que depois me mostraria, mas me perguntou se eu sabia se o príncipe era gay ou não. Eu disse que não sabia, diz Alexandre Frota.
Segundo o deputado, o então candidato a presidente pediu a ele o número do celular do presidente do PRTB, Levy Fidelix, para convidar o general Hamilton Mourão para ser candidato a vice.
Monarquia
Na entrevista, o deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL) voltou a defender o regime de monarquia como um modelo mais "estabilizador" e que colocaria o Brasil em "outro patamar político e social". Segundo ele, no entanto, é necessário cumprir etapas antes de promover essa discussão pela sociedade. O deputado defende que se expanda a participação democrática "sem medo" e que sejam promovidas grandes reformas estruturantes, econômicas e políticas.
— Depois que passarem essas etapas, aí podemos engajar a discussão sobre mudança de regime — concluiu.