É o bolso do cidadão gaúcho que mais uma vez sentirá os efeitos da crise que atinge as finanças do Rio Grande do Sul. Conforme anunciou a Secretaria da Fazenda nesta segunda-feira (4), o pagamento do IPVA 2020 não poderá ser feito de forma parcelada e o imposto terá que ser quitado em cota única até o final do mês de janeiro (conforme a placa do veículo). Na entrevista coletiva em que comunicou o novo formato, o secretário da Fazenda, Marco Aurélio Cardoso, mencionou o déficit nas contas públicas e a necessidade de medidas que precisam ser tomadas pelo governo no sentido de tentar estancar a crise.
— A gente tem dito sempre: o déficit é muito grande. As ações refletem a situação fiscal do Estado. A gente precisa de medidas em paralelo e medidas complementares elas estão acontecendo. Neste ano, há uma lista de iniciativas medidas tomadas, seja na receita, na despesa, no refinanciamento, na privatização e nas concessões. Não há uma solução única. A gente precisa mobilizar sacrifícios e isso tem sido feito — afirmou à repórter Juliana Bublitz, de GaúchaZH.
O déficit, de fato, é bilionário. De acordo com dados incluídos ma proposta de orçamento para 2020 — entregue pelo governo à Assembleia —, o rombo está estimado em R$ 5,2 bilhões para o próximo ano.
A coluna consultou técnicos do governo e pessoas próximas ao governador Eduardo Leite (PSDB) sobre a impopularidade da medida, já que o cidadão acaba sendo penalizado por conta da crise histórica nas finanças, sem a possibilidade de parcelar o pagamento do imposto. Nos bastidores, a avaliação é de que esta não é uma medida isolada (há por exemplo, uma série de ações que enxugam estruturas públicas, modificam plano de carreira dos servidores e propõem o congelamento de despesas dos demais Poderes).
Neste sentido, o Piratini sustenta que está atuando em diferentes frentes para corrigir o rumo das finanças. Além disso, interlocutores do governo ressaltam que somente 5% dos contribuintes optavam por pagar o IPVA parcelado .
— É impopular, mas o governo está tomando medidas em todas as áreas para superar a crise fiscal do Rio Grande do Sul. Do funcionalismo e da previdência, aos proprietários de veículos. Combatendo a sonegação e a inadimplência; discutindo os repasses aos outros poderes. O ajuste das contas passa por iniciativas em todas as áreas — explicou um interlocutor do Piratini.