Prestes a receber uma representação contra o líder do PSL, Eduardo Bolsonaro, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados tem somente uma integrante gaúcha. É a deputada federal Fernanda Melchionna, do PSOL, que faz parte do grupo enquanto membro suplente. Isso significa que ela participará das discussões sobre o parlamentar e o "novo AI-5" e poderá votar em caso de ausência de um integrante titular, considerando que o processo seja de fato instaurado. Melchionna integra o grupo indicada pelo bloco formado por PT, PSB, PSOL e Rede.
A coluna conversou com a deputada federal sobre o episódio. Ela defende que o filho do presidente da República tenha o mandato cassado por conta da declaração dada em entrevista à jornalista Leda Nagle, quando falou sobre a possibilidade de um "novo AI-5", em caso de “radicalização” da esquerda no país .
— Eduardo Bolsonaro merece ser cassado, apologia à ditadura fere frontalmente à Constituição Federal. Quanto mais o governo Bolsonaro perde popularidade, pois o povo está vendo os escândalos de corrupção e a piora do nível de vida, mais a família faz política para uma base de extrema direita que quer acabar com as liberdades democráticas. O autoritarismo está no DNA do clã Bolsonaro — criticou.
A instauração de um processo, no entanto, não significa que o deputado esteja próximo de sofrer alguma punição. Conforme levantamento do jornal O Globo, o Conselho de Ética da Câmara arquivou oito de cada dez processos que foram abertos desde 2002. Dos 159 processos analisados em 17 anos, 130 foram arquivados.
Em defesa de Eduardo Bolsonaro, o deputado federal gaúcho Bibo Nunes (PSL) afirmou que o líder do partido colocou uma condicionante “se”, e, portanto, não fez nenhuma ameaça.