O governador do Estado, Eduardo Leite (PSDB), conta com uma carta na manga para apresentar a deputados estaduais que analisarão os projetos do pacote que altera carreiras do funcionalismo no Rio Grande do Sul, entregue nesta quarta-feira (13) na Assembleia Legislativa. Jovem e com futuro político promissor, o titular do Piratini já avisou, ainda durante a campanha eleitoral, que não será candidato à reeleição e reiterou a intenção em conversa com a coluna.
Isso significa dizer que caso as medidas amargas sejam aprovadas, os efeitos serão sentidos pelo próximo gestor à frente do Executivo estadual (e não serão em benefício próprio). Mas, afinal de contas, por que isso é importante?
A leitura é a seguinte: considerando que Leite não será o próximo governador, os deputados e seus partidos na Assembleia Legislativa sabem que poderão ser eles os próximos a executar a difícil tarefa de administrar um Estado com graves problemas financeiros, que mal consegue fazer frente aos salários do funcionalismo. Em suma, é de interesse dos partidos, caso vislumbrem a possibilidade de chefiar o Executivo, receber um governo com despesas melhor organizadas, cientes de que a equação que comporta despesas e receitas, hoje, tem resultado negativo.
— Essas medidas são para legado futuro. Não são para os meus quatro anos de governo. Eu sou declaradamente não candidato à reeleição. E justamente a análise de cada um dos deputados deve se dar desprovida de preocupação com a próxima eleição, ou seja, olhando para o Estado que querem receber. É legítimo que eles tenham a aspiração de governar o Estado e eu espero que eles possam governar um Estado em melhores condições. Quero deixar um legado para o próximo governo e para a população gaúcha — afirmou, em conversa com a coluna.