Ele é pai de um menino de 12 anos, adotado com o ex-companheiro em 2009. Empresário, atua há anos na defesa de temas relacionadas à diversidade e é um dos fundadores da Associação de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros da cidade de Pelotas. Agora, a convite do secretário de Justiça e Direitos Humanos, Catarina Paladini, e do governador Eduardo Leite, Leo Beone assumirá a Coordenadoria de Diversidade Sexual do Estado do Rio Grande do Sul. E está animado com a nova missão.
— Vamos lutar por respeito e conscientizar sobre os deveres. Pretendemos implementar campanhas que envolvam toda a sociedade gaúcha. Queremos trabalhar com os valores "Liberdade, Igualdade e Humanidade", que é o lema do brasão do nosso Estado da época dos farrapos. À época, já havia anseio de liberdade do ser humano, igualdade entre os povos e humanidade que expressa o bem comum — reforçou, em conversa com a coluna.
Ao falar sobre os direitos da comunidade LGBTQI+, Leo lembrou à coluna sobre a adoção do filho, em 2011, junto com o ex-companheiro. Ele diz que, à época, o caso repercutiu em todo o Estado, pois partiu do Ministério Público manifestação favorável à adoção, sob o argumento de que é um direito de qualquer pessoa adotar por amor. De fato, na ocasião, o promotor José Olavo dos Passos sustentou que deveria ser considerado, acima de tudo, "o bem-estar da criança" e se ela teria "todo o carinho e suporte necessário".
A campanha que já está sendo idealizada por Leo Beno traz a ideia de construir um aplicativo, voltada à população LGBTQI+, onde possam ser cadastrados estabelecimentos, como por exemplo restaurantes, que sejam parceiros da causa da diversidade. A intenção é que as pessoas possam colaborar com o aplicativo, descrevendo lugares onde se sentiram bem acolhidas.
Conforme o governo, outras ações também estão sendo planejadas, como levantamento e pesquisa sobre violência contra a população LGBTQI+ e o mapeamento de como vivem as pessoas. O passo seguinte é a criação de políticas públicas baseadas nas evidências e nos dados analisados.
Em Pelotas
Em 2012, Leo Beone assumiu a presidência da Associação LGBT de Pelotas, quando promoveu uma série de eventos de combate à homofobia, como a Parada da Diversidade e o programa Pelotas Sem Homofobia. Beone lutou, em conjunto com a Câmara de Vereadores do município, pela criação da Corte Gay do Carnaval de Pelotas, dando ampla visibilidade à causa durante a festa.
