"Eu gostaria, de modo muito especial, de dirigir-me à comunidade surda, pessoas com deficiência e a todos aqueles que se sentem esquecidos. Vocês serão valorizados e terão seus direitos respeitados. Tenho esse chamado no meu coração e desejo contribuir na promoção do ser humano".
A fala é da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, em discurso que quebrou o protocolo ao ser apresentado na Língua Brasileira de Sinais (Libras) durante a cerimônia de posse de Jair Bolsonaro como presidente da República, em 1º de janeiro de 2019.
Desde então, Michelle, ao contrário de posturas conflituosas do governo, vem atuando no sentido de promover ações de inclusão, principalmente de comunidades historicamente esquecidas. Foi assim com as crianças com doenças raras, com a assinatura de portaria que inclui medicamento para portadores de atrofia muscular espinhal (AME) na lista do SUS, ou a inclusão de dados sobre autistas no Censo de 2020.
A novidade agora, dentro da linha de promoção da acessibilidade, vai parar nos cinemas. A partir de uma cobrança da primeira-dama, equipamentos especiais para surdos serão instalados em salas de cinema no Brasil inteiro. Conforme a coluna apurou junto ao Ministério da Cidadania, o equipamento — semelhante a um aparelho celular — deverá ser disponibilizado em todas os espaços até o início de 2020.
Na prática, essa pequena tela mostra diálogos e informações do filme em Libras, facilitando a compreensão para aqueles que não conseguem acompanhar as legendas na grande tela. A intenção é que, até setembro, pelo menos 35% das salas dos grandes complexos possam contar com a estrutura.
Em julho, Michelle Bolsonaro e os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e da Cidadania, Osmar Terra, já haviam conferido uma sessão especial que contou com a novidade acessível a surdos, em um shopping de Brasília. Eles assistiram juntos ao longa O primeiro homem, de 2018, estrelado por Ryan Gosling e Claire Foy e que conta a história do astronauta Neil Armstrong, primeiro homem a caminhar na Lua.