Não foi planejado. O ex-senador Eduardo Suplicy (PT), 77 anos, estava aproveitando a manhã de domingo (26) na praia, quando avistou uma manifestação na altura do posto 8, zona sul do Rio de Janeiro. Suplicy afirmou à coluna que tomaria um banho de mar e depois se prepararia para ir à missa. No entanto, se deparou com o ato batizado de "Parem de nos Matar" e foi chamado por participantes. Conforme o jornal O Globo, a manifestação era composta por moradores de comunidades do Rio e cerca de 40 movimentos sociais, que se reuniram para protestar contra a violência policial nas favelas. Sensibilizado, Suplicy decidiu aderir à causa e foi participar do protesto trajando uma sunga vermelha.
A manifestação no Rio de Janeiro, informou reportagem do jornal O Globo, foi marcada pela presença de mães que perderam seus filhos por balas disparadas por agentes do Estado.
— Me aproximei porque se tratava de uma manifestação por um propósito muito, muito justo. Eu ouvi quatro mães que me contaram a história de seus filhos, que foram mortos sem terem realizado qualquer ato criminoso. Alguns (integrantes do ato) até me disseram: "vem aqui falar", mas pela forma que eu estava (de sunga) achei melhor não. Até pediram pra eu levantar duas bandeiras "Lula Livre" e "Judeus pela democracia". Então, levantei as bandeiras — contou à coluna, em conversa transmitida durante o programa Timeline, da Rádio Gaúcha, nesta terça-feira.
Após participar do ato, Suplicy disse que se apressou para conseguir ir à missa. Passou antes no hotel, porém, para poder trocar de roupa. Sobre a boa forma saudada por seguidores nas redes sociais, o senador explicou:
— Faço ginástica três vezes por semana e caminho nos outros dias. Fora que o trabalho me exige bastante caminhada também — contou.
Manifestação
A manifestação no Rio de Janeiro, segundo o jornal O Globo, foi marcada pela presença de mães que perderam seus filhos por balas disparadas por agentes do Estado. Elas cobravam a resolução dos crimes e o fim da impunidade. Em nome delas, Marinete da Silva, mãe da vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada em março, exigiu justiça.