Nem mesmo a extração de dois sisos impediu que o governador Eduardo Leite (PSDB) fosse conversar com quatro entidades sindicais nesta quarta-feira (6) em busca de abertura de diálogo para discussão de propostas para enfrentar a crise financeira. No sábado, o governador extraiu dois sisos — procedimento que vinha adiando há seis meses (por conta dos compromissos políticos). À coluna, disse que estava preocupado em não conseguir falar muito, por conta da recuperação, mas acabou se divertindo ao contar a história durante o evento Cardápio do Zé, sob o comando do jornalista José Alberto Andrade.
— Acho que sou o único governador da história do Estado a extrair os sisos — disse, provocando risos da plateia, em alusão à idade — Mas talvez o Júlio de Castilhos, que era mais novo que eu tenha feito também lá atrás — completou.
Aos 33 anos, Leite é o governador mais jovem do Rio Grande do Sul desde a redemocratização.
Foram quatro entidades sindicais visitadas por Leite nesta quarta-feira (6): Associação dos Delegados do Rio Grande do Sul, Associação dos Oficiais da Brigada Militar, CPERS e Federação Sindical dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul. As agendas foram acompanhadas também pelo vice-governador e secretário da Segurança, Ranolfo Vieira Jr.
— Estou muito otimista com essa disposição para o diálogo. Não significa que vamos concordar sempre, mas não quer dizer que não possamos dialogar — afirmou, em entrevista no Gaúcha Sports Bar.
A postura de Leite, de disposição para o diálogo, vem sendo bem recebida inclusive por partidos de oposição. Ao final do ano passado, a então deputada Manuela D'Ávila (PCdoB) afirmou ao governador que o mero reconhecimento da existência de oposição e valorização disso já fazia dele "alguém com relevância no Brasil atual". Conforme o governo do Estado, a presidente do CPERS, Helenir Schürer, também destacou a disponibilidade ao diálogo. "Sabemos que não concordaremos em tudo, mas agradecemos pela disposição em nos ouvir", disse.
À coluna, Leite contou sobre ter sido muito bem recebido pelos líderes da entidades e confessou, em tom de brincadeira, ter realizado um desejo durante a audiência com os professores:
— Cheguei lá e vi a sineta em cima da mesa (que se tornou símbolo do CPERS). Então eu disse: 'eu mesmo vou tocar essa sineta aqui'. E toquei! — contou.