Personagem dos episódios que geraram processos contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL), a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) conversou com a coluna nesta terça-feira (12) sobre a decisão do ministro Luiz Fux (STF) de suspender duas ações penais em que Bolsonaro é acusado de injúria e incitação ao crime de estupro. Em 2014, o então deputado federal afirmou que a colega "não merece ser estuprada porque é muito feia".
Bolsonaro se tornou réu no STF em 2016 por denúncia envolvendo o episódio. Em novembro de 2017, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) já havia rejeitado por unanimidade, recurso do então deputado contra condenação da Justiça do Distrito Federal por danos morais à deputada. A decisão fora tomada em 24 de outubro. Em primeira instância, a sentença havia condenado Bolsonaro a indenizar a petista em R$ 10 mil e a postar a decisão em sua página no YouTube, sob pena de multa diária.
À coluna, nesta terça-feira (12), Rosário disse que estava conversando com seus advogados, ciente de que o processo será retomado após o encerramento do mandato do presidente. A deputada disse que até lá continuará defendendo a condenação de Jair Bolsonaro.
— Ele tomou todas as medidas para procrastinar. Mas não conquistou o que queria, que era o arquivamento. Ou seja, ele continuará como réu depois e, quando deixar o mandato, em qualquer circunstância, os prazos serão retomados e ele será julgado. Enquanto isso eu farei, sim, uma campanha para que ele seja condenado — disse à coluna.
A suspensão, determinada pelo ministro Luiz Fux, ocorreu porque a Constituição proíbe que o presidente seja responsabilizado por atos anteriores ao mandato. Dessa forma, os processos devem ficar suspensos até o fim do governo de Bolsonaro, que tomou posse no dia 1º de janeiro deste ano.