Alvo de uma série de comentários ofensivos nas redes sociais, a deputada estadual Ana Paula da Silva (PDT), a Paulinha, conversou com o Timeline, da Rádio Gaúcha, nesta quinta-feira (7). O assunto: a polêmica em torno da roupa vestida por ela na cerimônia de posse na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Paulinha vestia um macacão vermelho com decote. Segundo advogados consultados pela reportagem da Agência Estado, "a conduta da deputada não configura quebra de decoro parlamentar".
Ao Timeline, Paulinha narrou uma série de ofensas recebidas por ela em seu perfil nas redes sociais. Em um dos comentários, uma pessoa chegou a insinuar que a roupa serviria como pretexto para estupro.
- Nenhum ser humano está preparado para ser xingado. Chegaram a dizer que se eu fosse estuprada não poderia abrir a boca para reclamar - disse, em entrevista ao programa.
A deputada preferiu não citar outros xingamentos 'assustadores' e 'violentos', na definição dela. E afirmou que não vê problemas com o fato de o traje utilizado por ela na cerimônia agradar algumas pessoas e outras não. O que não pode, na sua interpretação, é a sequência de manifestações violentas e ofensivas por conta da roupa de uma mulher.
- As pessoas têm todo o direito de se manifestar já que estou num ambiente público e fui eleita para representar a população. O que não da pra tolerar é essa coisa de violência - disse em conversa com o Timeline.
A parlamentar já foi prefeita de Bombinhas, no Litoral Norte, por dois mandatos. No dia seguinte à posse, ela se manifestou em redes sociais.
"Esse é um pedacinho da minha história, para quem não me conhece. Assim como a forma como gosto de me vestir, que, por sua vez, não tem nada a ver com o meu trabalho. Não vou mudar meu jeito de ser porque agora sou deputada. #maisamorporfavor#pormaismulheresnapolitica ", escreveu ela na legenda.
Repercussão nas redes
Uma foto tirada no dia da posse e postada no mesmo dia pela deputada em sua conta no Instagram soma mais de 12 mil likes e quase 3 mil comentários até esta quinta-feira (7).
As ofensas vieram de várias partes do país, como mostrou reportagem de Donna.
"Não precisa ir mostrando tudo no ambiente de trabalho onde a maioria só tem homens né querida? Você está querendo trabalhar ou fazer programa?", disparou uma usuária da rede social.
"Isso não é roupa para um plenário! Decote lindo, roupa linda! Mas para usar aí?", comentou outra.
Mas houve também quem apoiou a deputada.