Aliado do presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS) informou nesta sexta-feira (23) que começará a recolher assinaturas, na próxima semana, para criar a CPI do programa Mais Médicos. A intenção, segundo ele, é investigar as negociações entre Cuba e Brasil durante o governo de Dilma Rousseff.
No último dia 20 de novembro, reportagem do jornal Folha de S.Paulo revelou negociações sigilosas entre os dois países, quando da criação do programa, para evitar reações da classe médica. Foi nesses encontros, segundo a Folha, que Cuba fez as exigências criticadas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e cuja possibilidade de reversão fez com que Cuba anunciasse a saída do programa. O texto diz ainda que a criação do programa foi proposta por Cuba e já era negociada um ano antes de a então presidente Dilma (PT) apresentá-lo como resposta às ruas em 2013.
À coluna, o deputado classificou como "gravíssimas" as notícias sobre as negociações:
— As notícias informam que fizeram uma negociata via Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) para que não precisasse ter aval do Congresso. Temos que saber tudo porque afinal foi usado dinheiro público. E com a saída de Cuba, correndo, quais compromissos ficaram pendentes? Além disto, Cuba não está pagando o que deve ao Brasil — afirmou
O deputado afirmou à coluna que pedirá que sejam suspensos quaisquer pagamentos e sejam abatidos valores devidos por Cuba ao Brasil. As assinaturas serão recolhidas a partir de segunda-feira (26).