O repórter Chris Stokel-Walker, da BBC, levantou a bola: será que os historiadores do futuro terão dificuldades para encontrar documentos que ajudem a descrever este início do século 21?
A conclusão é a seguinte: a forma como nos tornamos dependentes da tecnologia e a falta de esforços oficiais para salvar informações podem, sim, apagar parte da nossa história.
Segundo um levantamento da empresa norte-americana Pew Research Center, um quarto das páginas da web que existiram entre 2013 e 2023 já não existem mais ou caducaram (não funcionam), inclusive com websites governamentais com link rompido. A memória digital está desaparecendo.
Você mesmo, nunca teve medo de perder arquivos salvos na “nuvem”? Fotos de momentos especiais, vídeos, áudios, textos? Instituições falham, ciberataques são cada vez mais comuns e empresas fecham, então como preservar a memória digital?
Existe um movimento em curso na tentativa de prevenir possíveis apagões do tipo. A BBC cita uma ONG chamada Internet Archive, na Califórnia (EUA), já arquivou cópias de milhares de páginas da web em centros de dados espalhados pelo mundo, entre outros itens.
A Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos preserva sites governamentais, de congressistas e também de jornais, além de uma cópia de cada tweet (!) enviado na rede social até ela virar X.
O problema (e eu sei que você está pensando o mesmo) é que nem isso é garantia de segurança, sem contar a discussão sobre propriedade intelectual e plágio.
Anote aí: esse tema ainda vai dar muito o que falar.