Uma das estrelas da nova geração de escritores gaúchos, o autor Samir Machado de Machado, ganhou sua primeira tradução para o italiano. O crime do bom nazista (lançado em 2023 pela editora Todavia) virou Il crimine del Buon nazista (Sellerio Editore) na Itália — e já mereceu até resenha no suplemento cultural dominical do jornal La Repubblica.
No texto, assinado pelo crítico Giancarlo de Cataldo define a obra como “autêntica joia” e diz que “o único nazista bom é o morto”, em referência a história criada por Samir, um clássico romance policial no melhor estilo Agatha Christie (de deliciosa leitura), misturado a uma afiada crítica política e social.
"A moral é clara e incontestável", diz o texto de Giancarlo, para então concluir: "O caminho para se chegar até lá é brilhante. O que faz deste O crime do bom nazista, romance do brasileiro Samir Machado de Machado, uma autêntica joia. (...) Este é seu primeiro romance traduzido para o italiano. E, se os outros tiverem apenas uma parte de seu brilho, aguardaremos ansiosos por eles”.
Samir postou uma foto do jornal nas redes sociais, destacando uma curiosidade: a imagem que ilustra o texto - uma solenidade de ode ao nazismo - é de um evento da comunidade alemã no Rio de Janeiro, em 1936.
O livro, claro, é uma ficção, mas o tema de fundo está mais em alta do que nunca, com o avanço da extrema direita no mundo (apesar da derrota recente nas eleições legislativas francesas) e a volta dos movimentos nacionalistas e xenófobos.
Eu já li a obra de Samir e posso atestar: é um baita livro, um ótimo entretenimento, inclusive, com uma mensagem poderosa nas entrelinhas.