No início do mês, uma reportagem do jornalista Jean Peixoto, de ZH, mostrou histórias de presos que conseguiram reduzir suas penas por meio do estudo. Em 2023, 9,8 mil apenados beneficiaram-se da medida, um aumento de 100% em cinco anos. E sabe de onde vêm os livros que passam de mão em mão nas cadeias? De uma iniciativa que existe há 15 anos, graças a doações de instituições, editoras e gente como a gente.
É o Banco de Livros, que integra a Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais, criada pela Federação das Indústrias do RS (Fiergs). Ao longo desses anos, a entidade já arrecadou 2,2 milhões de obras literárias e montou 2.527 bibliotecas, salas e espaços de leitura em diferentes lugares, inclusive em casas prisionais.
— Temos 114 presídios no Estado e já atendemos 112 com acervo bibliográfico e treinamento para os monitores da Susepe (Superintendência dos Serviços Penitenciários) sobre organização de bibliotecas e motivação de leitura. Para esses acervos, disponibilizamos 260 mil livros. Só não atendemos todos, porque falta espaço — diz Waldir da Silveira, que comanda a iniciativa.
Os apenados não só “estão lendo muito”, segundo ele, como também escrevendo. A cada dois anos, o banco lança um livro — chamado Vozes de Um Tempo — com textos produzidos no sistema prisional, selecionados por uma banca de especialistas.
— Na última edição, recebemos mais de 450 trabalhos. Já lançamos cinco volumes. Alguns dos autores são escoltados até a Praça da Alfândega para autografar na Feira do Livro. É pura emoção — ressalta Silveira.
E é bom para a sociedade.
Além das prisões
Não são apenas as casas prisionais as beneficiadas pelo Banco de Livros. O projeto leva a literatura para diferentes lugares, como por exemplo postos de saúde e hospitais.
O presidente da entidade, Waldir Silveira, pede, também, livros infantis e juvenis. Desde a recuperação de bibliotecas do Vale do Taquari atingidas pelas enchentes, os estoques do tipo baixaram.
Como ajudar
Que tal apoiar o Banco de Livros e ajudar a levar educação e cultura para mais gente? É só entrar no site bancossociais.org.br e clicar no link da entidade. Lá, você vai encontrar todos os detalhes, inclusive sobre como participar — o telefone de contato é (51) 3026-8020. Outra opção é fazer entregas em estacionamentos da Safe Park, parceira do projeto.