Na próxima semana, começa uma operação com linha e agulha que promete levar mais conforto a pacientes de um dos maiores centros de saúde pública do Brasil, aqui mesmo, em Porto Alegre. O Grupo Hospitalar Conceição (GHC), 100% SUS, com 46 mil internações por ano, vai receber lençóis e fronhas feitos de algodão orgânico, pelas mãos de artesãs gaúchas.
O material será produzido por uma das principais redes de economia solidária do país, chamada Justa Trama. A iniciativa nasceu na Capital, com costureiras da Vila Nossa Senhora Aparecida, no bairro Sarandi, e se ampliou para outras regiões.
Sou fã do projeto.
A rede atua em toda a cadeia têxtil, do plantio do algodão agroecológico à confecção de peças, envolvendo cooperativas de cinco Estados. São cerca de 700 pessoas, em sua maioria mulheres - entre elas agricultoras, fiadoras e tecelãs. O foco é gerar trabalho e renda dentro dos princípios do comércio justo, da igualdade de gênero e da sustentabilidade.
— Quando decidimos nos juntar para costurar, há 28 anos, queríamos muito trabalhar para o hospital. Criamos a cooperativa, que acabou dando origem à rede, e, agora, finalmente, chegamos onde queríamos. É um sonho realizado, ainda mais por saber que vamos ajudar crianças da Oncologia e da UTI — conta Nelsa Nespolo, líder da cooperativa Univens, semente da Justa Trama.
O contrato foi assinado no fim de março, no valor de R$ 290,7 mil. Agora, vai começar a produção. Serão confeccionados mensalmente, por 12 meses, 100 fronhas, 300 lençóis para adultos e 300 infantis. Tudo em fibra natural, tudo para o SUS.