A história de uma amizade inusitada, entre um velho poeta prestes a completar 80 anos e uma jovem fotógrafa, virou tema de livro - e de peça de teatro. Inspirada em fatos reais, com um texto espirituoso e comovente, "Minha Sombra Luminosa" (Editora Reformatório, 128 páginas), do gaúcho Tomás Fleck, relata o encontro entre Mario Quintana e Liane Neves em 1986.
Aos 23 anos, cheia de esperanças, ela conseguiu sua primeira grande missão profissional: fotografar Quintana em uma homenagem pelo seu octogenário. Só que o escritor, recluso em quarto de hotel na Capital, detestava efemérides. E não queria saber das fotos. Vivia quase como um eremita.
De um jeito inesperado (não vou dar spoiler), Liane foi ganhando a confiança e a admiração do poeta. Ficaram amigos - e ela ganhou até um apelido dele.
— És minha sombra luminosa — dizia o autor.
Liane conseguiu retratá-lo, mas, ao entrar na intimidade do poeta, acabou deparando com um desafio maior do que o simples incômodo de um escritor que não quer ser festejado.
— É ficção, mas tudo o que está ali aconteceu. É uma história que ainda não havia sido contada. Fiquei emocionada quando li o livro pela primeira vez - diz Liane, 37 anos depois.
Com a “orelha” assinada por ninguém menos do que o cineasta Jorge Furtado, a obra será lançada nesta quinta-feira (16), às 18h30min, na Livraria Taverna junto à Casa de Cultura Mario Quintana. A sessão de autógrafos terá a presença do autor e de Liane.
No teatro
No dia 7 de dezembro, em São Paulo, o livro terá sua primeira leitura dramática, com a participação de Elias Andreato (no papel de Quintana) e de Rita Batata (como Liane) - o que deve ocorrer em Porto Alegre, em janeiro.
A expectativa é de que a peça estreie em 2024, com direção de Ricardo Grasson. O projeto (para a montagem do espetáculo) está em fase de captação de recursos.