Ao que parece, parte do público que visita o antigo quarto de Mario Quintana no segundo andar da Casa de Cultura que leva o nome do poeta, em Porto Alegre, tem, digamos, "mania de arrumação".
Mantido intacto, o ambiente é o retrato fiel do cotidiano de Quintana no período em que ele morou no antigo Hotel Majestic - onde hoje fica a instituição cultural. No recinto, através de uma vidraça aberta na parede, você vê o cigarro do dono no cinzeiro, uma reprodução do quindim (seu doce preferido) sobre a mesa de trabalho, uma fruta, um copo com café pela metade e… bem, a cama bagunçada.
Os lençóis desalinhados são um atrativo à parte, como se Quintana ainda dormisse ali, como nos velhos tempos. Pois sabe qual é o recado que a direção do espaço mais recebe de frequentadores, segundo Benhur Bortolotto, diretor do Departamento de Livro, Leitura e Literatura do Estado?
— As pessoas pedem para que a gente arrume a cama! Vivem deixando esse pedido escrito no mural — conta Benhur, sorrindo.
Curioso, né?
Em tempo: a cama não é "feita" justamente porque a ideia é apresentar o antigo dormitório do poeta congelado no tempo, em uma singela homenagem ao mestre. Que bom seria se ele ainda estivesse entre nós.