Há um movimento revolucionário em curso na área da saúde, e ele envolve a inteligência artificial (IA).Neste mês, uma das mais prestigiadas publicações científicas do mundo, a Revista Nature, mostra o avanço que se desenha, com essa nova tecnologia, no diagnóstico de Alzheimer.
Nunca ouvi alguém dizer que não teme a doença. Ainda sem cura, difícil de identificar na fase inicial, ela nos faz esquecer de quem somos. E de quem amamos. E de tudo o que vivemos, como se nos perdêssemos em alguma fresta do tempo. Você deixa de ser quem é. Nada atemoriza mais.
Mas sempre há a ciência.
A Nature mostra que já existem pesquisadores treinando robôs (algoritmos) para ajudar os médicos a detectarem os sinais do Alzheimer.
A ideia é tornar esses sistemas capazes de analisar imagens cerebrais (de ressonância magnética) e de apontar com precisão aquelas que têm características da enfermidade - enxergando, muitas vezes, o que os olhos humanos não veem.
Basicamente, essas ferramentas estão sendo ensinadas a fazer isso a partir de milhares de exames. Os médicos selecionam as imagens com evidências de Alzheimer e, a partir daí, a IA aprende a distinguir como é o cérebro de pessoas com e sem o mal.
Por trás disso, está um consórcio de pesquisadores de universidades dos Estados Unidos, com algumas das melhores cabeças do planeta. De forma preliminar, o sistema criado por esses gênios identificou a doença com precisão superior a 90%.
Ainda há muito pela frente, mas, na avaliação de um dos líderes do estudo, o neurocientista Paul Thompson, da University of Southern California, em Los Angeles, isso é apenas o começo, o primeiro passo.
Se a IA passar no crivo, ela também poderá ser aplicada a outras moléstias que se manifestam em imagens cerebrais. Que assim seja! E que isso, um dia, esteja ao alcance de todos nós.