Um dos parques científicos e tecnológicos mais robustos do Rio Grande do Sul - que ajudou a inscrever o Estado no mapa da inovação global e a atrair investidores de diferentes cantos do mundo -, está completando duas décadas em 2023.
Quando o Tecnopuc surgiu, em meados de 2003, se resumia a um edifício e a uma ideia. Hoje, está espalhado por 15 prédios em Porto Alegre, tem uma sede em Viamão e conta com 250 empresas, onde atuam mais de 6,3 mil profissionais. Delas, 140 são startups, novos negócios com grande potencial de crescimento, sendo duas já são classificadas como unicórnios - como são chamados os empreendimentos da nova economia (em geral de base tecnológica), avaliados em mais de US$ 1 bilhão.
Tudo isso está aqui, no nosso quintal.
Talvez você nem imagine, mas, dentro do Tecnopuc, há braços de gigantes como Apple, Microsoft, ThoughtWorks, HP, Petrobras, Randon, Repsol, Huawei, Equinor, Impinj e Ensilica, sem falar nos institutos e centros de pesquisa.
Na longa lista, entram o FabLab, em parceria com o badalado Massachusetts Institute of Technology (MIT) e o CriaLab, que tem a Universidade de Stanford entre seus principais apoiadores, além de uma série de investimentos em áreas decisivas: terapias gênicas avançadas, energia solar fotovoltaica, hidrogênio verde, inteligência artificial e semicondutores.
Estive lá na última semana e conheci de perto esse universo que, segundo Jorge Audy, superintende de inovação e desenvolvimento da PUCRS e e do Tecnopuc, nasceu de uma visão de futuro - em um terreno que um dia pertenceu ao Exército, onde no passado havia um potreiro, com o apoio de pessoas e instituições.
— No início, queríamos ampliar as parcerias com empresas para qualificar nossa pesquisa e pós-graduação, mas acabamos virando algo que nem sabíamos que existia: um ecossistema de inovação e empreendedorismo de classe mundial, não apenas para receber empresas, mas também para gerar novos negócios e ajudar a desenvolvê-los. Tivemos sorte, porque havia uma demanda latente e fomos pioneiros — avalia Audy.
Na prática, o Tecnopuc tornou-se uma espécie de imã de empreendedores ávidos por novos talentos e por ambientes capazes de estimular a colaboração e potencializar conexões. Outro diferencial é o efeito-cluster: “Eu vou para lá, porque os bons estão lá” - foi mais ou menos isso o que aconteceu.
Não é à toa que o parque ganhou três vezes o prêmio de melhor do Brasil e, em 2023, foi reconhecido como o quarto melhor ecossistema de inovação global em Barcelona, na Espanha.
Futuro é phygital
O próximo passo, segundo Jorge Audy, é transformar o Tecnopuc em uma plataforma phygital, híbrida, unindo o mundo físico e o digital em uma espécie de metaverso. Isso significa que as empresas não terão mais de estar 100% presentes fisicamente no Tecnopuc. Elas poderão estar em qualquer lugar do mundo e, ainda assim, operar junto ao parque tecnológico. O projeto começou em 2023 e deve ser concluído em cinco anos.
Tecnopuc Experience
Nesta quinta-feira (5), a partir das 9h, ocorre o Tecnopuc Experience, principal evento do Tecnopuc, aberto ao público e gratuito. Estão previstas dezenas de atividades em oito palcos, incluindo a “batalha de startups” e uma palestra de David Ochi, diretor de inovação da Universidade da Califórnia. A expectativa é superar as 3 mil pessoas que participaram da ação em 2022. Mais informações no site pucrs.br/tecnopucexperience.