Fabrício Carpinejar, meu amigo e colega de GZH, tem um hábito, digamos, inusitado: abraçar todo mundo que vê pela frente. E não é qualquer abraço, não. Ele “imobiliza” a “vítima” e fica lá, uns cinco minutos com os braços em volta dela.
Certo dia, em uma cobertura difícil sobre a tragédia da boate Kiss, em Santa Maria, ele me viu, caminhou resoluto em minha direção e tascou um desses. E foram bem mais do que cinco minutos.
Antes que alguém saia gritando “assédio!”, já vou logo dizendo: nada disso. Carpinejar abraça todo mundo mesmo. Cachorro, gato, homem, mulher, crianças, senhoras recatadas, velhotes ranzinzas e até policiais militares - que, em maio, retribuíram o gesto e ainda receberam rosas do escritor. Um gentleman.
Carpi tem a teoria de que abraçar salva. “Faz bem à alma”, diz ele. Não pude deixar de pensar nessa máxima quando conversamos sobre seu novo livro - que já está entre os mais vendidos do Brasil, antes mesmo de chegar às livrarias (sim, o homem é um fenômeno!) e agora tem data de lançamento marcada (veja abaixo).
"Manual do Luto" é isso: um abraço longo e apertado.
- Só quem já perdeu alguém sabe o que é isso. Existem muitas mentiras sobre o luto. As pessoas acham que em um mês você tem de estar bem, que vai passar. Existe até um preconceito, um cansaço contra quem não aceita isso, mas cada um tem o seu tempo - reflete Carpinejar, que já escreveu sobre o tema em Depois é Nunca, com 60 mil exemplares vendidos.
Na escrita do poeta, os braços ganham a forma de palavras de afeto. Talvez, por isso, ele faça tanto sucesso.
Lançamento
Anota aí: o lançamento nacional de "Manual do Luto" (Bertrand Brasil, 144 páginas) será em 10 de outubro, às 19h30min, com debate, sessão de autógrafos e de abraços (claro!), no Instituto Ling, em Porto Alegre. O livro já está à venda na internet e chega às livrarias a partir desta segunda-feira (2).