Eles definem o negócio como “a primeira hamburgueria antirracista do Brasil”. A Griô Burger acaba de abrir as portas no Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, com uma pegada diferente, visível nas paredes, no cardápio e na cozinha. A ideia é destacar a cultura afro, recebendo bem gente de todas as cores, sem distinções.
A proposta nasceu no bairro Camaquã, na zona sul da Capital, a partir de uma inquietação: Luiz Sampaio e Márcia Viegas, que dividem a vida e a vontade de empreender, não viam a população negra frequentando hamburguerias gourmet e queriam mudar essa realidade.
Começaram aos poucos, em 2021, e continuaram buscando o “ponto dos sonhos” em busca de mais visibilidade. Foi assim que, há pouco menos de um mês, eles se instalaram na loja 23, ao lado do portão 4, na arena do Internacional.
Quem entra no espaço, de cara, vê ícones como Michael Jackson, Barack Obama e Nelson Mandela na decoração, em meio às telas de TV transmitindo jogos de futebol.
No menu, outra surpresa: pratos com nomes como Malcom X, Luanda e Elza Soares. O local também presta homenagem a orixás e santos protetores e ainda abre espaço para rodas de samba e projetos sociais.
— Desde o início, queríamos fazer algo diferente, para exaltar a cultura afro-brasileira e mostrar essa riqueza para todos. Entendemos que, muitas vezes, o racismo é uma questão de desconhecimento — diz Sampaio.
Por que Griô
Na cultura afro, Griô é uma pessoa vocacionada a transmitir as histórias e o conhecimento do seu povo. São figuras reconhecidas e valorizadas na comunidade pelo papel que desempenham na preservação das tradições.