Lembra da história do Sequela, o cão comunitário que, em 2021, conquistou o direito de viver dentro de um condomínio em Porto Alegre, com direito a assembleia extraordinária e tudo? À época, a história contada pela repórter Adriana Irion, de GZH, viralizou e, desde então, o animal sem raça definida segue sendo cuidado e frequentando os espaços do residencial livremente. A novidade é que, desde a semana passada, Sequela e seus "aumigos" da rua ganharam um bebedouro público.
Mais uma vez, a iniciativa é dos moradores que, desde o início, lutaram pela permanência do mascote no Condomínio Ravena II, no bairro Morro Santana.
— Eu vinha pensando nesse bebedouro desde o ano passado. Consegui comprar o equipamento, que tem até filtro, em promoção. Achei um bom lugar na sombra, na via pública, e instalei na semana passada. Todas as noites, trocamos a água. Botamos até gelinho — conta a técnica de enfermagem Andreia Alves Silva, uma das tutoras de Sequela.
O advogado animalista Rogério Rammê - que em 2021 ajudou o grupo de Andreia a regularizar a situação do cão no local - postou as fotos do bebedouro nas redes sociais, lembrando que "animais comunitários têm direitos".
— O Sequela está sendo super bem cuidado e, agora, os amigos dele também. O pessoal do condomínio é muito consciente. Isso também é política pública — destaca o especialista.
Muitos moradores conhecem o cachorro desde que nasceu, há mais de 15 anos. Sequela é fruto de uma ninhada de oito irmãos. Por ser o mais miúdo, foi assim batizado, apesar de ter a saúde 100% em dia. Dócil e abandonado pela família, foi crescendo na vizinhança, sempre ganhando agrados. Em 2021, alguns moradores não queriam a permanência dele no condomínio, mas os "cachorreiros" locais organizaram um abaixo-assinado e conseguiram apoio da maioria.