A jornalista Raíssa de Avila colabora com a colunista Juliana Bublitz, titular deste espaço
Enquanto o mundo busca por alternativas para reduzir emissões de carbono e luta para cumprir a agenda climática firmada na COP26, realizada em 2021, na Escócia, o Rio Grande do Sul está passos à frente na implementação de soluções na área de energias limpas.
O Estado já é exemplo e lidera a transição energética com duas apostas. Uma delas é a geração de hidrogênio verde, alternativa a combustíveis fósseis, que funciona assim: através do processo químico de eletrólise, conectado a uma fonte renovável, se gera uma corrente elétrica que produz hidrogênio sem emitir dióxido de carbono.
As eólicas, já parte dos cartões-postais de regiões como o Litoral e a Campanha, também integram o plano, muito por conta das condições naturais do Estado, o que favorece a implementação do modelo. Hoje, 80% da energia do Estado é de matriz renovável, sendo que, desses, mais de 20% é energia eólica.
Quem lidera as ações no desenvolvimento do potencial verde gaúcho é o Chefe da Casa Civil, Artur Lemos Júnior, que também já atuou como secretário do Meio Ambiente e Infraestrutura do Estado e integrou os conselhos Nacional de Política Energética (CNPE) e do Meio Ambiente (Conama).
– Unificamos a pasta do Meio Ambiente com a Secretaria de Infraestrutura, justamente pela interação entre a geração de energia e a sustentabilidade. Isso permitiu que o planejamento do Estado tivesse mais robustez para tocar projetos no setor – conta Lemos.
Apesar de as duas frentes não serem grandes novidades no mercado – as eólicas já estão consolidadas no RS e o hidrogênio como combustível levou o homem à Lua na década de 1960 –, o que coloca os gaúchos na dianteira é um planejamento minucioso que prevê o consumo do insumo dentro das indústrias da região, além da exportação por meio do porto de Rio Grande.
– Temos mercado para esse consumo energético no transporte rodoviário, nas refinarias e na indústria química, além da própria produção primária – explica Lemos.
A iniciativa tem impacto direto no compromisso do RS em neutralizar em 50% as emissões de carbono até 2030 e zerar até 2050. Atualmente, 82 novos projetos estão em andamento para produzir energia eólica, incluindo empreendimentos em busca de licenciamento offshore, totalizando 72 gigawatts (GW).
Em janeiro, um estudo encomendado pelo Estado apresentará os primeiros resultados que apontarão o montante a ser investido e o retorno que a inciativa deve gerar para o RS, além de estabelecer um plano de ação.