Nunca se falou tanto em inovação, mas o que o termo significa na prática? Passou quase despercebida a notícia de que o Rio Grande do Sul foi considerado - pelo segundo ano consecutivo - o Estado mais inovador do país no ranking de competitividade do Centro de Liderança Pública (CLP). O que explica isso? Vale a pena olhar os dados com lupa.
Na análise, o CLP utilizou cinco parâmetros. Em dois deles, o Estado recebeu nota máxima e ficou no topo: patentes e empreendimentos inovadores. Vamos aos detalhes.
No primeiro item, a proporção de registros de novas ideias e produtos no RS superou inclusive os números de São Paulo em 2021, com destaque para as universidades federais (em especial a de Pelotas) e grandes empresas, como Braskem e Randon.
Quanto aos empreendimentos, o RS está à frente das demais regiões devido à grande quantidade de parques tecnológicos (16), incubadoras (43) e startups (mais de mil) a cada milhão de habitantes. Santa Catarina, por exemplo, ficou em 4º lugar no quesito.
— Somos muito fortes nessas áreas, e isso é fruto dos esforços de empresas, universidades, entidades da sociedade civil organizada e poder público. Isso tudo sem esquecer iniciativas como Pacto Alegre, Pro_move Lajeado, Instituto Caldeira e tantas outras — diz Alsones Balestrin, secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia.
Os outros três critérios analisados foram bolsas de mestrado e doutorado (ficamos em 6º), pesquisa científica (6º lugar) e investimentos públicos (23ª colocação) - aqui, vale a ressalva de que o dado ainda não contempla os R$ 112 milhões do programa Avançar na Inovação, do governo estadual, o que tende a melhorar a posição em 2023.
É evidente que ainda há desafios para consolidar esse cenário - ou ecossistema, como dizem os entendidos -, mas os resultados estão aí. E são promissores.