Se tem um negócio que desponta no Rio Grande do Sul, é o cultivo de oliveiras e tudo o que essas árvores carregadas de história e simbolismo trazem consigo - inclusive o germinar de um novo tipo de turismo, que avança no pós-pandemia. No total, 38 municípios integram a Rota das Oliveiras no RS.
A safra de 2021 bateu a marca de 202 mil litros de azeite de oliva (320,8% a mais do que em 2020), com a qualidade confirmada em concursos internacionais, em países como Itália, Grécia e Israel.
— Foram dezenas de premiações importantes, tanto em azeites monovarietais como em blends (quando há duas ou mais variedades juntas) — ressalta Paulo Lipp, coordenador do Programa Pró-Oliva, da Secretaria da Agricultura.
Tudo isso contribuiu para alavancar a curiosidade e o interesse em torno dos olivais. Desde o baque da covid-19, os produtores gaúchos testemunham um novo momento no setor.
— As pessoas estão buscando viagens mais curtas, de até 200 quilômetros, redescobrindo o Estado e percebendo que temos aqui, no nosso quintal, o que muita gente procurava na Europa. Buscam novas experiências, e o olivoturismo é exatamente isso — diz Renato Fernandes, dono da Pousada Olival Vila do Segredo, em Caçapava do Sul, e presidente do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva).
Hoje, há pelo menos 14 propriedades produtoras no Estado. No começo, explica Renato, o objetivo era fazer um bom azeite. Depois, os empreendedores se deram conta de que as pessoas queriam mais. Desde então, é possível conhecer de perto o terroir onde frutifica o “ouro verde” e - melhor de tudo - sem a pressa e a pasteurização típicas do turismo de massa.
— Os visitantes querem ver o pomar, saber como funciona o lagar (onde se extrai o azeite), conversar, degustar. Está vindo gente de tudo quanto é canto. É sensacional — conta o olivicultor Lucídio Goelzer, à frente da Estância das Oliveiras e da Quinta da Estância, em Viamão, onde ocorrerá o lançamento oficial da colheita de 2022, no próximo dia 18 de fevereiro.
ANOTA AÍ!
Uma dica de quem sabe: muita gente, quando compra um bom azeite de oliva, cai na armadilha de guardar garrafa para deixar “curtir”. Renato Fernandes, presidente do Ibraoliva, desfaz esse mito: quanto mais novo e mais cedo for consumido o azeite, melhor.